RESUMO
A presente tese tem como objetivo estudar a evolução e conformação da rede urbana do estado do
Ceará a partir dos determinantes impostos pelas transformações econômicas brasileiras e sua
inserção na conjuntura do sistema capitalista mundial no período de 1980 a 2010.
Buscou-se
demonstrar as mudanças deste complexo urbano como resultado das adaptações impostas pelas
renovações da lógica de acumulação, que se apropria de maneira seletiva e desigual dos espaços.
Utilizou-se como recurso metodológico a análise histórico-estrutural evidenciando como se
formaram historicamente as estruturas que caracterizam o desenvolvimento regional-urbano do
Ceará, expresso na formação de seu complexo urbano e na sua transformação ao longo do tempo.
Assim, justifica-se que apesar da periodização acima definida, recorreu-se a períodos históricos
prévios captando a dinâmica deste processo de formação de estruturas.
Observou-se que, sobre
uma organização urbana herdada das determinações do complexo extensivo pecuária-algodão e
marcada por forte primazia da capital, começa a passar por mudanças capitaneadas pelos vetores
do planejamento desenvolvimentista a partir dos anos 1950, que se consolidam na década de
1970 com a implantação do III Polo Industrial do Nordeste, em Fortaleza.
Predominantemente
circunscritas à capital, estas mudanças renovam a concentração. Com a reestruturação econômica
promovida pelo ajuste neoliberal, este complexo urbano passou por processos de “spatial fix”
consubstanciados na evolução de modernização econômica vivenciados após meados dos anos
1980 em sintonia com o macro contexto conjuntural. Com sensíveis alterações na condução da
política econômica, ora em diante concebida nos marcos do paradigma neoliberal de regulação,
os instrumentos de atração de investimentos mobilizados pelo tripé agronegócio-indústria-turismo
ditou os rumos dos ajustes operacionalizando transformações na rede urbana.
A
modernização agrícola seletiva pautada na fruticultura irrigada, a indústria incentivada
concentrada na RMF e em alguns centros intermediários com predomínio de ramos tradicionais
(calçados, têxtil e alimentos) e o setor terciário induzido pela retomada do consumo urbano e
pelas atividades do turismo em alguns espaços caracterizaram o panorama implicado pela
reestruturação.
Como resultado, imprimiu-se novas conformações na rede, com emergência da
metropolização, de alguns poucos centros intermediários e de um amplo conjunto de pequenas
cidades em conexão com o rural, consistindo em arranjos urbanos catalizadores do processo de
apropriação desigual e seletivo do espaço.
TESE DO PROFESSOR LIMA JR - AQUI
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