Com um número absoluto de 1.976 mortes violentas no ano passado (18% a
mais que em 2015), o Rio Grande do Norte foi o segundo estado com maior taxa de
mortes violentas por 100 mil habitantes, de acordo com o 11º Anuário Brasileiro
da Segurança Pública, lançado nesta segunda-feira (30) pelo Fórum Brasileiro de
Segurança Pública.
O estado ficou atrás apenas de Sergipe, que registrou 64 mortes para
cada 100 mil habitantes. O RN teve uma taxa de 56,9 mortes, seguido de Alagoas
com 55,9 mortes por 100 mil habitantes.
O estado também foi o terceiro a registrar o maior crescimento de mortes
violentas intencionais em 2016, em relação ao ano anterior (18%). Ficou atrás
apenas do Amapá, que teve crescimento de 52,1% e do Rio de Janeiro, com 24,3%.
"A publicação é uma ferramenta importante para a promoção da
transparência e da prestação de contas na área da segurança pública,
influenciando a melhoria da qualidade dos dados por parte dos gestores",
diz o Fórum de Segurança Pública, sobre o anuário.
Faltando ainda dois meses para o final de 2017, o Rio Grande do Norte já superou em números, a quantidade de
mortes violentas do ano passado, com mais de duas mil mortes.
Foram 2.043 até este domingo (29), de acordo com o Observatório da Violência
Letal Intencional (Óbvio) do Rio Grande do Norte. Um aumento de 24,1% em
relação ao mesmo período do ano passado.
Roubos
O estado foi o terceiro com maior crescimento no número de roubos, que
também influenciam no aumento da sensação de insegurança. Passou de 18.947 em
2015 para 24.642 no ano passado - um aumento significativo de 28,8%. Apesar de
não figurar entre os estados com mais crimes deste tipo, o RN foi o terceiro a
registrar maior avanço, ficando atrás apenas do Rio de Janeiro (40,4%) e
Pernambuco (34,6%).
Quando as estatísticas são limitadas a roubos de carros, o estado também
teve a terceira maior taxa em relação à população. Ao longo de 2016, foram
registrados 6.010 casos - um total de 507,9 roubos a cada 100 mil habitantes.
Novamente, o estado ficou atrás apenas do Rio de Janeiro (653,9) e de
Pernambuco (564).
Somados os números de furtos (quando o bem é levado sem que a vítima
presencie ou sofra ameaça), houve um total de 7.346 casos de carros levados no
Rio Grande do Norte, no ano passado. Em 2015, eram 5198.
Menores taxas
Ainda de acordo com o estudo, pelo menos 363 pessoas foram dadas como
desaparecidas no estado ao longo do ano passado. Na comparação com outros
estados, essa é uma das mais baixas taxas do país.
O estado também registrou número de 206 estupros no ano passado, uma
redução de 36,2% em relação a 2015. A taxa de 5,9 casos por 100 mil habitantes
é a segunda mais baixa do país, ficando atrás apenas do Espírito Santo (4,7).
Cresceu, porém o número de denúncias de tentativa de estupro, que passou de 33
para 52, no ano passado.
Entre 2015 e 2016, o estado também diminuiu o número de roubos a
instituições financeiras e a cargas. No caso dos bancos, o número de roubos
caiu de 60 para 39 (- 35%). No caso das cargas, a redução foi de 62 para 37 (-
40,3%).
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A verdadeira epidemia de violência que assola o RN não pode ser colocada apenas na conta da atual gestão, pois a tendência de crescimento da violência já era percebida por boa parte da população potiguar antes de Robinson ser governador.
Lembro-me que no ano de 2015 ocorreu uma pequena redução no número de homicídios e alguns governistas (inclusive da mídia chapa branca) apontaram a queda como fruto do trabalho 'inovador' da gestão.
Fora do grupo da baba grossa quase ninguém acreditou na 'tal mudança', pois, de fato, nenhuma mudança significativa ocorreu. Mudaram nomes da cúpula da Segurança Pública, o governador visitou a Colômbia para, supostamente, conhecer a forma de enfrentamento do crime por lá e uma ou outra ação pontual.
Em 2016, com a taxa de homicídios apontando para o alto, ocorreu o anúncio de um Plano de Segurança, em que o governo federal apoiaria o governo potiguar para tentar controlar a situação. De lá para cá a situação só piorou.
Na prática, no dia à dia, os potiguares se sentem cada vez mais inseguros. As polícias têm seus contingentes reduzidos e sem perspectivas de recomposição, as condições operacionais não são adequadas (sucateamento e defasagem dos equipamentos), o tráfico de drogas tomou conta até das zonas rurais dos municípios, o sistema penitenciário potiguar não ressocializa, apenas alimenta o poder das facções, enfim, um quadro lastimável e sem perspectiva de melhoria.
Já escrevi bastante sobre a temática da Segurança Pública, a seguir duas sugestões:
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