PUBLICADO EM 18-01-2019
O Instituto de Defesa e Inspeção Agropecuária do RN (Idiarn) quer ampliar a área livre da mosca da fruta pelo aumento da rede de barreiras fitossanitárias móveis pelo estado. Hoje, são 8.400 quilômetros quadrados, abrangendo regiões como Assú, Areia Branca, Mossoró, Baraúnas, Serra do Mel, Areia Branca, Afonso Bezerra e Ipanguaçu.
O Instituto de Defesa e Inspeção Agropecuária do RN (Idiarn) quer ampliar a área livre da mosca da fruta pelo aumento da rede de barreiras fitossanitárias móveis pelo estado. Hoje, são 8.400 quilômetros quadrados, abrangendo regiões como Assú, Areia Branca, Mossoró, Baraúnas, Serra do Mel, Areia Branca, Afonso Bezerra e Ipanguaçu.
Segundo o diretor-geral do Idiarn, Mário Victor Freire Manso, uma das intenções dessa ação de expandir a área considerada livre da mosca da fruta em mais 6.400 km² – quase o dobro – criando condições objetivas para aumentar consideravelmente as exportações potiguares.
Hoje, o Rio Grande do Norte é o maior exportador de melão do Brasil e luta para expandir suas vendas para a China, o maior mercado do planeta.
Segundo o titular do Idiarn, regiões como toda a Chapada do Apodi e Governador Dix-Sept Rosado, consideradas extremante produtivas e com muita oferta de água no subsolo, precisam ser urgentemente agregadas a esta condição para aumentar produção exportável uma vez que ainda não são áreas livres da mosca da fruta.
Mário Manso explica ainda que a ideia de ampliar os postos móveis, conhecidos como “zoofitossanitários”, está entre as demandas do Ministério da Agricultura, que quer saber a produtividade das barreiras fixas e uma projeção para as futuras barreiras móveis.
Ainda de acordo com o diretor-geral, estudos comprovam a maior eficiência das barreiras móveis na comparação com as barreiras fixas e a otimização delas tem como objetivo melhorar a produtividade da fiscalização.
“Entre engenheiros agrônomos, veterinários e pessoal de nível médio, a fiscalização hoje do Idiarn reúne em torno de 60 pessoas, o que é muito pouco”, lembrou.
AGORA RN
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COMENTO:
A expansão da área livre da mosca da fruta é uma medida importante, contudo, deve-se adotar a devida prudência para a exploração dos recursos hídricos existentes na Chapada do Apodi pelo agronegócio, com produção destinada à exportação.
O interesse para usufruir da água do Aquífero Jandaíra?
O interesse para usufruir da água do Aquífero Jandaíra?
Cito para reflexão os seguintes aspectos:
- a necessidade de elaboração de políticas para contemplar a agricultura familiar. Em caso de 'moleza governamental' os esforços para livrar a área da mosca da fruta será usufruída apenas pelo agribusiness;
- potencialização de contaminação das águas subterrâneas por pesticidas e nitratos (amplamente utilizados pelo agronegócio);
- a salinização de solos e águas, a erosão de solos agrícolas e a contaminação das águas subterrâneas por compostos
nitrogenados;
- concentração fundiária; etc.
A área da Chapada do Apodi é de grande interesse para as empresas que exportam frutas, conforme a matéria destaca os principais atrativos são a disponibilidade de água e terras de excelente qualidade.
Creio que o alinhamento a política de expansão da fronteira agrícola para atendimento dos interesses das empresas, algo explícito na nova orientação do Ministério da Agricultura, deve ser ponderado. E a adesão acrítica talvez não seja o melhor caminho.
Destaco a importância das águas subterrâneas da Chapada do Apodi para o atendimento do abastecimento humano, especialmente no Alto Oeste Potiguar, no período de estiagem recente (2012-2017).
Reitero: o propósito do IDIARN é meritório, mas a cautela é necessária. Que tal ouvir o IGARN e o Comitê Gestor da Bacia do rio Apodi?
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Vale a pena a leitura:
O conflito socioambiental na chapada do Apodi/RN: uma disputa entre o agronegócio e a agricultura familiar
"[...] a implantação de grandes projetos tende a ocasionar conflitos e violações de direitos, que poderiam a vir ser, pelo menos, minimizados a partir da consulta prévia e participação social."
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Vale a pena a leitura:
O conflito socioambiental na chapada do Apodi/RN: uma disputa entre o agronegócio e a agricultura familiar
"[...] a implantação de grandes projetos tende a ocasionar conflitos e violações de direitos, que poderiam a vir ser, pelo menos, minimizados a partir da consulta prévia e participação social."
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