quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

Território, técnica e agricultura no Rio Grande do Norte

PUBLICADO EM 17-01-2019

RESUMO

Nas últimas décadas, a agricultura brasileira vem apresentando um novo modelo padrão técnico e social de produção, a partir da incorporação crescente de novos conteúdos científicos e informacionais, característicos do momento histórico atual, nos sistemas técnicos agrícolas, processo que entendemos por tecnificação da agricultura. 

Entretanto, devemos ressaltar o caráter seletivo que marca este processo, que ocorre de maneira desigual espaço-temporalmente, ao privilegiar determinadas áreas do território, produtos agrícolas e categorias de produtores. 

Nessa perspectiva, o posicionamento que defendemos aqui, enquanto problema de pesquisa, é de que embora existam no Rio Grande do Norte, recorte empírico de investigação, áreas que sobressaem apresentando níveis técnicos mais elevados (em ciência e informação) na agricultura, existe um conjunto de elementos singulares do RN, que quando combinados se impõem de modo a também tornar particular a efetivação do processo de tecnificação da agricultura, tornando o estado uma área de rarefação que se insere de forma díspar na divisão técnica e territorial do trabalho agrícola brasileiro. 

Partindo dessa premissa, a presente pesquisa teve por objetivo central analisar o processo de tecnificação da agricultura no Rio Grande do Norte, no período técnico-científico-informacional, dando especial atenção aos rebatimentos desse processo na configuração e no uso agrícola do território. 

Desenvolvemos uma revisão bibliográfica sobre o uso do território e os sistemas técnicos agrícolas, associada ao uso de dados secundários, sobretudo obtidos junto aos órgãos oficiais, como IBGE, FIERN e EMPARN, bem como atentamos para o emprego de procedimentos metodológicos específicos da Estatística para o tratamento adequado dos dados utilizados. 

Ademais, os procedimentos específicos da pesquisa empírica, tais como a realização de entrevistas junto aos agentes sociais envolvidos com a agricultura no estado e a utilização de técnicas observacionais, possibilitaram a identificação e compreensão da complexidade do uso agrícola do território do Rio Grande do Norte, marcado pelas coexistências de níveis técnicos e temporalidades.

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