domingo, 24 de fevereiro de 2019

A atividade petrolífera e a dinâmica territorial no Rio Grande do Norte

PUBLICADO EM 24-02-2019


A atividade petrolífera e a dinâmica territorial no Rio Grande do Norte: uma análise dos municípios de Alto do Rodrigues, Guamaré e Mossoró

RESUMO

A partir da década de 70 do século XX, o estado do Rio Grande do Norte por meio da empresa Petrobras passou a desenvolver a extração do petróleo na Bacia Potiguar. Este é um período em que o estado enfrentava situações difíceis em sua economia, de fechamento de muitas indústrias do setor têxtil e de elevado número de desempregados, também em decorrência da mecanização da atividade salineira e seguido de um momento de mais uma grande seca no interior do estado (1978 – 1983). 

O objetivo deste estudo é investigar o processo e dimensionar o quanto e quais territórios foram produzidos pela indústria do petróleo no Rio Grande do Norte, em especial nos municípios de Alto do Rodrigues, Guamaré e Mossoró, onde hegemonicamente se localizam as atividades de extração, produção e refino da empresa Petrobras, determinando novas formas e funções do espaço, produzindo territórios para si e criando novas redes de circulação de homens, ações, informações, empresas e mercadorias. 

O estudo permite concluir que a indústria petrolífera contribuiu com a expansão da urbanização, o desenvolvimento e a concentração espacial de comercio e serviços em Mossoró, mas não se deu na mesma intensidade em Alto do Rodrigues e Guamaré. 

Sendo estes dois municípios carentes de infraestrutura básicas e detentores de baixos indicadores sociais em detrimento aos demais municípios do estado, face as elevadas somas de recursos financeiros recebidos por meio dos royalties do petróleo, que lhe revestem teoricamente de maior condição de investimentos. 

Concluímos ainda, com a identificação desses territórios produzidos pela referida indústria nos três municípios – Alto do Rodrigues, Mossoró e Guamaré e ainda de enclaves, como a Termoaçu para a cidade de Alto do Rodrigues em que não apresenta sinergia com os munícipes. 

De resto, enfatizamos a finitude do petróleo e a falta de zelo com os vultosos recursos financeiros recebidos pelos gestores municipais, que poderiam ser utilizados em prol do desenvolvimento da sociedade norte-rio-grandense e a superação da pobreza.

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