Diferenças Regionais: um olhar para o Nordeste do Brasil, no período 2002-2014
A primeira experiência de criação de um organismo com caráter especificamente regional foi a Tennessee Valley Authority (TVA), nos Estados Unidos, em 1933. Cuidava basicamente da coordenação de um conjunto de projetos em torno da utilização da água de uma grande barragem em uma região carente dos Estados Unidos.
Várias iniciativas semelhantes à TVA foram adotadas em diversos países da América Latina,
inclusive no Brasil com a constituição da Comissão do Vale do São Francisco, em 1948.
Outra experiência no âmbito da política regional foi a criação da Casa per il
Mezzogiorno, na Itália, em 1950. O objetivo deste Órgão era o desenvolvimento do sul e a sua
convergência ao dinamismo econômico do restante do país, em especial ao norte
industrializado. Uma novidade, neste caso, foi a inserção do problema do atraso daquela
região num contexto nacional e não apenas regional.
Esta filosofia também se refletiu no
Brasil com a criação da SUDENE, em 1959.
Assim como no caso italiano, também os criadores da SUDENE e em especial o seu
maior idealizador, Celso Furtado, consideravam que o problema do Nordeste era um
problema nacional.
Apesar dos esforços, o Brasil continua sendo uma economia com elevada disparidade
regional. Dados de 2014 mostram, por exemplo, que o PIB per capita do Distrito Federal era
6,17 vezes maior que o do Maranhão. No nível municipal, as diferenças são ainda maiores,
com pode ser observado na cidade de Presidente Kennedy (ES) que tinha uma renda per
capita 264,2 vezes superior à cidade de Mansidão (BA).
Especialistas em economia regional como Wilson Cano, Clélio Campolina Diniz e
Carlos Américo Pacheco identificaram que ao longo dos anos 1990, estava em curso um
processo de reconcentração territorial da atividade produtiva, refletido i) na perda de
instrumentos de política regional, representada pelo fechamento e posterior recriação das já
enfraquecidas instituições Sudam e Sudene; ii) na redução do gasto federal nas regiões; iii) na
privatização de empresas estatais e bancos públicos estaduais, tornando mais difícil impedir
movimentos naturais do setor privado quanto às decisões de localização dos empreendimentos
produtivos.
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