Geralmente associa-se a ocorrência das caatingas à existência do clima semi-árido que vigora em significativa parte do sertão do Nordeste.
Entretanto, o clima semi-árido propriamente dito, aquele que se caracteriza por acentuados índices de aridez, devido às baixas quantidades anuais de
chuvas, aliadas a elevadas temperaturas médias anuais, não se verifica senão
em uma área bem menor do que a do território já descrito.
A grosso modo,
pode-se dizer que as caatingas aparecem nas áreas onde os totais anuais de
chuva, em termos normais, já estão abaixo de 1.000 mm. Nem por isso se
caracteriza ainda o clima semi-árido. Mas dentro da zona mais tipicamente
semi-árida, a qual ocupa apenas parte do interior nordestino, lugares há
em que não se chega a registrar a metade daquele total de chuvas.
Por isso
mesmo, há uma tendência entre os geógrafos de distinguir os chamados
sertões hipoxerófitos mais chuvosos, daqueles hiperxerófitos, onde é mais
acentuada a aridez e as caatingas retratam, em sua fisionomia, nos tipos de
plantas que exibem e na própria disposição que as mesmas plantas apresentam, o maior rigor das condições climáticas.
A principal área desses sertões
mais secos estende-se logo a oeste do planalto alongado da Borborema,
em uma faixa que se alonga pelo centro do Rio Grande do Norte, da Paraíba
e de Pernambuco, continuando por outra larga faixa ao longo do médio
vale do São Francisco, de Paulo Afonso, até o centro da Bahia.
O extremo
sul dessa faixa é extremamente seco, totalmente impróprio à vida humana
nas condições atuais e constitui uma área até hoje despovoada, onde nem
mesmo os cangaceiros conseguiram se manter refugiados por muito tempo. Trata-se do trecho que os baianos costumam chamar de raso da
Catarina, o mais extenso desses rasos que ocorrem no sertão.
Em contrapartida, é exatamente no extremo norte dessa faixa de sertões hiperxerófitos,
que existe outra área famosa pelo valor de sua produção algodoeira: o Seridó
potiguar.
Raso da Catarina - Bahia
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