Resenha do livro de LUIZ GONZAGA BELLUZZO:
Luiz Gonzaga Belluzzo, professor titular do Instituto de
Economia da Unicamp, desenvolve uma análise mais marxista que keynesiana
sobre as metamorfoses do capital, leitura a partir de Marx que destacaremos aqui,
praticamente ignorando Keynes e demais referências presentes nos cinco ensaios
sobre economia política, a natureza opressiva do capitalismo, geração de valor e
transformações recentes que levam às portas da barbárie.
O estudo inicia pelo jovem Marx “ultrarrepublicano”, “apóstolo da autonomia
individual” e “denodado defensor da liberdade de imprensa” (p.15-18). Embora
opere com a distinção entre jovem Marx e Marx da maturidade, ao autor não parece
interessar a ideia de ruptura entre um e outro (Lukács é referência na análise).
Por certo, o Marx da maturidade ocupa bem mais espaço na economia, inclusive
na abordagem da incompatibilidade entre o regime do capital e as promessas de
liberdade modernas (p.21).
Belluzzo salienta que o objetivo de Marx nunca foi fazer uma simples tipologia dos modos de produção, e sim demonstrar a especificidade do modo de
produção capitalista: “uma separação entre o político e o econômico de tal modo
que a propriedade atinge uma ‘natureza’ puramente econômica, diferente, portanto, do conteúdo que assume nos demais modos de produção” (p.73).
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