O custo fiscal do 'enfrentamento' da pandemia não tem como ser estimado com precisão, mas é provável que supere a casa do trilhão.
O montante gigantesco de recursos que deve ser mobilizado, através da ampliação da Dívida Pública, implicará na tomada de decisões, ainda por parte dos atuais ocupantes do Palácio do Planalto, para o 'equacionamento' do problema fiscal.
O que se pode esperar para o cenário econômico pós COVID-19?
Não é desconhecido que o grupo condutor da Política Econômica (PE) se intitula liberal (ou neoliberal). Na verdade, o condutor-mor da PE, Sr. Paulo Guedes, é a personalização do capital financeiro, cuja agenda é bem conhecida.
Assim, as propostas que serão defendidas para o 'equacionamento' do problema fiscal podem ser antecipadas com razoável possibilidade de acerto:
- a justificativa para radicalizar o processo de privatizações será, provavelmente, a primeira 'providência' que a equipe econômica apresentará;
- se buscará a ampliação da abertura comercial e financeira
da economia para se atrair o 'interesse' do capital financeiro;
- se processará o desmantelamento completo da legislação protetiva do mercado de trabalho [ação já em processo adiantado];
- se executará o desmantelamento completo da rede de proteção social. Dirão que o 'custo' não será possível de ser suportado pelo combalido erário público;
- os juros serão aumentados. Ter-se-á como 'justificativa' a existência de pressões inflacionárias, mas a real motivação será a viabilização de ganhos extraordinários para a elite financeira.
Creio que o otimismo para que o Brasil se torne um país 'melhor' no pós COVID-19, com mais solidariedade, etc. não se sustentará frente a dureza da realidade.
Além das perdas humanas que serão muito mais expressivas nos estratos sociais mais vulneráveis, o pós COVID-19 será caracterizado pela superexploração do trabalho e a consequente piora na distribuição de renda.
Nada de novo ocorrerá: pobres serão mais pobres; ricos serão mais ricos!
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