Após muita confusão e erros absurdos de ambos os lados, é noticiado o
fim da passagem de Ronaldinho Gaúcho no Flamengo. Caso a notícia não se
confirme, a torcida do Fla pode lamentar. A saída do meia é a única
solução para os problemas que já se arrastam há meses na Gávea. Não
existe nenhuma outra forma de salvar a relação entre clube e jogador,
destruída por erros grosseiros de ambas as partes e construídos desde a
contratação de R10. É preciso que o Flamengo aprenda alguma coisa com
esse ridículo caso que tomou proporções grandes demais.
Sobre a situação de Ronaldinho e seus salários atrasados, é inadmissível
que um clube assuma compromissos que não pode cumprir. Isso é uma
tônica das administrações do Flamengo, que se preocupa primeiro em
assegurar um reforço ou anunciar uma novidade para só depois pensar em
formas de fazer as contas fecharem. Não por acaso, raramente - quase
nunca - fecham. O Fla é o clube que diz que o dinheiro acabou e, 90 dias
depois, anuncia Adriano como reforço.
Dentro da realidade do futebol
brasileiro, pagar mais de um milhão de reais por mês para um jogador é
absurdo (isso sem entrar na questão do "quanto vale R10", ao menos por
enquanto), especialmente nas condições que o Flamengo se dispôs a
fazê-lo, completamente dependente da Traffic para realizar os
pagamentos. A própria Traffic é vilã no caso, por ter participado
passivamente do leilão entre Flamengo e Palmeiras quando Ronaldinho
estava disponível no mercado apenas para inflacionar o salário do
jogador e valorizar a transferência. Agora a conta ficará para o
Rubronegro, acionado na Justiça para pagar as cifras que deve ao jogador
depois de todos os atrasos de ordenado.
Esportivamente falando, Ronaldinho Gaúcho acabou. Ronaldinho Gaúcho não
quer mais ser jogador de futebol de alto nível. Ronaldinho Gaúcho quer
festas, e ninguém pode julgá-lo por isso. O erro foi terem apostado
tantas fichas em um atleta que já dava indícios de suas reais aspirações
há muito tempo, desde quando saiu do Barcelona. Na Europa mesmo, R10
foi criticado pela vida repleta de baladas e minguante de futebol. Já no
Brasil, o Flamengo poderia ter lidado com os deslizes profissionais de
R10 de muitas maneiras, mas passou a mão na cabeça do meia enquanto ele
fazia dois gols e dava um assistência por mês no ano passado.
Enquanto a
torcida aplaudia Gaúcho, ele podia fazer o que quisesse fora de campo.
Quando vazou a notícia dos atrasos de pagamento, isso virou desculpa
para justificar as faltas, atrasos e más exibições de
Ronaldinho. Deivid, que não recebia há meses e ouviu desaforo de
dirigente nos corredores da Gávea, batia cartão pontualmente no Ninho do
Urubu e ia para campo sem inventar desculpas; era ridicularizado pelos
torcedores por um gol perdido. Isso é Flamengo.
E agora, para onde irá R10? Impossível acreditar que qualquer clube
sério ainda deseje o jogador. Ronaldinho deve mesmo ir para as Arábias
encher (mais ainda) os bolsos. Os Sheiks que se preparem!
Sobre Assis, irmão e agente de Ronaldinho, não há o que falar. Foi
covarde na negociação de R10, deu várias declarações equivocadas ao
longo do imbróglio com o clube, protagonizou um papelão na loja do
Flamengo e é investigado por um possível desvio de verbas em projetos
sociais. Além de péssimo empresário, mostra ser pior ainda em outros
aspectos. Indigno de considerações.
Para finalizar, o que dizer da "organização" do Flamengo? No clube,
mandam todos e ninguém. Cada cartola fala o que bem entender e os outros
que se virem para apagar os incêndios. O Fla foi capaz de queimar o seu
maior ídolo e profissional sabidamente competente, Zico, por conta de
dissidências políticas dentro da Gávea. Onde está Patrícia Amorim? No
início parecia se tratar de uma comandante com ideias que fugiam dos
"lugares-comuns" que regem o futebol semi-amador do Brasil, mas logo se
perdeu em meio ao caos político que é - há muito tempo - o Flamengo.
Faltou pulso.
Em uma tentativa de mudar o foco, surgiu essa semana a informação de que
a Adidas estaria interessada em substituir a Olympikus como fornecedora
de material esportivo para o Flamengo. Os valores seriam maiores do que
os que o clube recebe hoje e foram apresentados para a Olympikus para
que ela possa, se quiser, cobrir a proposta. O Fla vai agora fazer seu
próprio leilão em busca de novos trocados, um direito inalienável do
clube, que precisa mesmo de novas cifras no cofre.
Mas não é tão simples
assim: como fica a questão do Museu do Flamengo e da grande loja
oficial que vinham sendo tocadas em conjunto com a Olympikus? Os
investimentos já feitos, os valores por quebra de contrato e outros
tantos pontos burocráticos no negócio? São apenas mais ingredientes que
prometem criar ainda mais confusão dentro do Fla.
Mas a torcida Rubronegra pode ficar tranquila! Bruno vem aí...
São muitas emoções, bicho...
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