terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Superávit do Setor Público: Óticas Distintas


Por Alexandre Jatobá

O Banco Central divulgou hoje um balanço dos gastos do Setor Público até o mês de novembro. Os resultados trazem uma série de informações que fazem com que possamos analisar os dados sob perspectivas diferentes.

Um otimista diria o seguinte: os resultados foram muito bons. Afinal, conseguimos reduzir a relação Dívida/PIB em 2,5 pontos percentuais no ano. Em novembro, a Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) representou 36,6% do PIB.  Comparada a situação de grandes economias como a dos EUA e da maior parte dos países da Europa, pode-se dizer que nossa situação é bastante confortável.

O setor público também conseguiu economizar bem mais do que em 2010. Até novembro do ano passado o superávit primário acumulado havia sido de R$ 90,8 bi. Neste ano, economizou-se R$ 126,8 bi. Isso mostra que continuamos conseguindo manter nossa austeridade fiscal.

Um pessimista diria o seguinte: apesar de termos economizado mais, o montante destinado ao pagamento dos juros continua muito alto. Até novembro pagou-se nominalmente em juros R$ 216,1 bi (contra R$ 175,8 bi no mesmo período de 2010). Ou seja, economizamos R$ 36,0 bi a mais do que em 2010, mas tivemos que pagar R$ 40,3 bi a mais em juros do que no ano passado.

O resultado final disso foi uma elevação de R$ 4,3 bi no déficit nominal (DLSP). Isso mostra que o esforço não está sendo suficiente para reduzir a dívida. Estamos como um cidadão endividado que, apesar de ter cortado alguns supérfluos, continua usando cada vez mais o cheque especial.

Você é o otimista ou o pessimista?

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