O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, defendeu nesta
quarta-feira, 25, a Polícia Federal por ter continuado as investigações
que levaram à prisão do empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos
Cachoeira, mesmo após gravações mostrarem o envolvimento do senador
Demóstenes Torres (sem partido-GO).
A defesa dos investigados tem pedido
a nulidade das provas porque o senador só poderia ser investigado com autorização do Supremo Tribunal Federal (STF).
"Garantia constitucional deve ser para impedir que investigações
sejam feitas contra ele sem autorização, mas, agora, se essa pessoa que
tem foro privilegiado acaba surgindo no bojo de uma outra investigação
que tem outro foco, parar uma investigação como essa apenas ampliaria a
impunidade no País", disse Cardozo, que participou de uma audiência na
Câmara dos Deputados.
Ele reafirmou que a PF agiu dentro da legalidade na Operação Monte
Carlo. "Tenho absoluta convicção de que a Polícia Federal agiu no
estrito cumprimento da lei e das ordens judiciais. A Polícia Federal fez
uma investigação séria e cumpriu determinações do juiz."
Cardozo diz estar à disposição para receber o presidente da CPI mista
do Cachoeira, Vital do Rêgo (PMDB-PB). Afirmou ainda que poderá
repassar informações dos inquéritos sobre o tema se for solicitado pela comissão, instalada nesta quarta.
"CPI tem, devido à Constituição, poderes de autoridade judicial. Na
medida que o plenário da CPI aprovar a disponibilização de quaisquer
documentos que efetivamente estejam no âmbito dos poderes dessa comissão
é claro que nós cumpriremos a determinação do Congresso Nacional".
Ele
ressaltou ainda que os dois delegados da PF presos na operação estão
submetidos a um processo administrativo e poderão ser demitidos caso se
comprove o envolvimento nos crimes.
Eduardo Bresciani, do estadão.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário