segunda-feira, 23 de abril de 2012

Corregedoria do TJ desconhece precatórios

Uma das ausências mais sentidas nas últimas semanas em Natal é a da Corregedoria Geral do Tribunal de Justiça em relação às investigações que terminariam apontando dois ex-presidentes da casa, os desembargadores Oswaldo Soares Cruz e Rafael Godeiro Sobrinho, como participantes da quadrilha que desviou milhões de reais da conta de precatórios governamentais sob a custódia da corte. 
 
Operadores do direito baseados em Natal apontam instituições que cuidam do problema, da comissão de sindicância presidida pelo desembargador Caio Alencar ao Conselho Nacional de Justiça, passado pelo ministério público estadual, Tribunal de Contas do Estado e Superior Tribunal de Justiça, para salientar o que lhes parece ser omissão da Corregedoria Geral da corte norte-rio-grandense.
 
A seu ver, o primeiro órgão a cuidar do assunto deveria ser a corregedoria. No entanto, quem primeiro se deu conta de que irregularidades viciavam o pagamento de precatórios pela corte foram dois auxiliares diretos da presidente do tribunal, desembargadora Judite Monte, os juízes Guilherme Pinto e Luiz Alberto Dantas, que começaram a suspeitar ao conhecer informações levantadas em outras cortes que repassavam ao tribunal estadual o que tinham de pagar sob a mesma rubrica.  
O corregedor geral do tribunal, desembargador Cláudio Santos, chegou a compartilhar com Judite Monte e Caio Alencar alguns momentos relacionados às investigações, no nascedouro da comissão de sindicância. De algum momento em diante, porém, passou a marcar pela ausência, para muitos inaceitável.

Depoimentos
É na próxima quinta-feira, 26, e não mais amanhã, como estava agendado, que os desembargadores Oswaldo Soares Cruz e Rafael Godeiro Sobrinho prestarão, em Brasília, depoimento perante o ministro César Asfor Rocha, relator do inquérito que o Superior Tribunal de Justiça instaurou contra os dois em virtude da acusação de integrarem a quadrilha que desviou vários milhões de reais da conta de precatórios do Tribunal de Justiça potiguar.
 
Quinto laranja
Tudo indica que por toda esta segunda-feira, 23, hoje, a comissão de sindicância que investiga o roubo de vários milhões de reais da conta de precatórios do Tribunal de Justiça potiguar divulgará o nome do quinto laranja utilizado pela quadrilha, inclusive mostrando se ele sabia que sua conta bancária servia a este crime.

Apartamento

É grande, entre operadores do direito natalense, e mesmo de alguns juízes da ativa em Natal, a curiosidade que desperta o destino de um apartamento milionário que um dos desembargadores colocados sob suspeita de participação na quadrilha dos precatórios do Tribunal de Justiça potiguar possui no edifício João Olímpio, no pé da ladeira da avenida Deodoro. Segundo consta, antes de ser acusado de participar do grupo, pela serventuária da justiça Carla Ubarana, até então apontada como líder da quadrilha, o desembargador resolveu se desfazer formalmente do bem por sentir que as investigações chegariam ao seu e aos nomes de seus parentes próximos.

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