O presidente da Comissão de Ética Pública da Presidência, Sepúlveda
Pertence, afirmou nesta terça-feira (24) que é "passível" de
investigação pelo órgão a suspeita de que o ministro Alexandre Padilha
(Saúde) teria negociado com o grupo do empresário de jogos ilegais
Carlinhos Cachoeira, preso em operação da Polícia Federal.
A Folha mostrou que o ministro teve o nome citado em uma conversa
telefônica como tendo autorizado o grupo do empresário a dar sequência a
um negócio na área da saúde, após reunião em Brasília.
"Parece que não é uma questão de homicídio que nós tenhamos que tomar
providência hoje. É mais uma acusação de possível corrupção, então há
muito tempo [até a próxima reunião]. É passível [de investigação]. Todo
mundo pode, ele é ministro de Estado, então é sujeito à atuação da
comissão", disse.
Na gravação feita pela Polícia Federal na Operação Monte Carlo, Wladimir
Garcez, ex-vereador do PSDB de Goiânia e auxiliar de Cachoeira,
conversa com o chefe, mas não deixa claro o interesse do grupo. O
ministro nega que tenha tido encontro com interlocutor do Cachoeira e
que projetos dependem de aval técnico para ser aprovado.
Ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Pertence criticou vazamentos de grampos da PF.
"Agora, o que é a substancial que tem isso, é a utilização abusiva que
se tem feito no país de gravações judicialmente autorizadas e a
liberdade com que vocês jornalistas têm uma fórmula já pronta de acordo
com gravação de inquérito sigiloso ao qual o x, y, z, o nome do jornal
teve acesso, como se esse acesso estivesse na banca de jornais."
Pertence reclamou da falta de estrutura do colegiado. "É um ente de
pobreza franciscana", disse ele, que comanda um grupo de 12
funcionários, cujo orçamento anual é de R$ 600 mil.
FOLHA.COM
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