segunda-feira, 7 de maio de 2012

agamenon - humor

AI, SE EU TE APAGO!

O Brasil não é ovo mas ficou chocado com a exibição das fotos do governador Sergio Cobral Filho comemorando com seus amigos (do alheio) num restaurante de alto luxo onde estava sendo inaugurando uma nova UPP, Unidade de Propina em Paris. Em vez de usar máscaras para não serem reconhecidos, como fazem seus colegas de profissão mais humildes, a gang de autoridades resolveu inovar e colocou um guardanapo (à título de bandana) na cabeça. Mesmo nos lugares mais sofisticados da falida Europa nunca se viu tanto extravagância ostentativa. Tudo bancado pelo delta-empresário Furtando Cavendish.

Nas mesas do restaurante Le Louis XV, em Mônaco, o governador de Paris e seus capangas de estado mandaram descer tudo do bom e do melhor. Em vez das tradicionais e opulentas cascatas de camarão, os comensais se refestelaram em Carlinhos Cachoeiras de camarão. O caviar era tanto que tiveram que chamar um trator da construtora Delta para despejar toneladas de caviar Beluga, Sevugra e Osetra naquelas goelas insaciáveis. Impressionado com a gastança descontrolada do bando, o consagrado Alan Ducasse fez questão de servir pessoalmente aquela quadrilha de milionários. O estrelado chef sugeriu como “piece de resistence” um “linguado à belle rouballière”. Mas a animada turma, que entende de furtos do mar, disse preferia uma “truta” ou um “roubalo”.

Para alegria do sommelier do estabelicimento com três estrelas do Guia Michelin, Cabral Júnior mandou buscar na adega várias garrafas Magnum raras do exclusivíssimo vinho Roubanée Conti. Como os meus 17 leitores estão cansados de beber, o Roubanée Conti é um vinho da Borgonha, um dos preferidos de Paulo Maluf, que também não tem Borgonha na cara. Depois de encherem o pandulho com iguarias caríssimas, o sommelier sugeriu, para acompanhar os doces e “petits fours” o legendário vinho de sobremesa Chateau D’Yquem. Y’quem paga a conta? Ora, quem paga é você, meu caro e otário contribuinte.


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O emprestário Faturando Cavendish resolveu largar a sua construtora Delta e agora se dedica às suas fazendas onde está colhendo o cacau que vai adoçar a mão de seus políticos amestrados.

Ao contrário do meu filme, o imbatível campeão de bilheteria “As Aventuras de Agamenon , o Repórter”, os índios antropófagos das classes C e D não gostaram de “Xingu” e estão querendo comer o diretor Cão Cheeseburger .

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Agamenon Mendes Pedreira é jornalista de fim de semana.

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