judasgate: Desembargador processa delator por calúnia
O desembargador Expedito Ferreira de Souza entrou na Justiça contra o
empresário e lobista Alcides Fernandes Barbosa por suposta prática de
calúnia. O processo de número 0117970-69.2012.8.20.0001 foi recebido
nesta sexta-feira (18) na 4ª Vara Criminal da Comarca de Natal.
O
desembargador é citado por Alcides em depoimento da delação premiada. De
acordo com o empresário paulista, Expedito Ferreira teria recebido R$
50 mil mensalmente para facilitar a manutenção das fraudes no
Departamento Estadual de Trânsito (Detran), onde o filho, Érico
Vallério, era diretor-geral. As supostas fraudes no Detran são
investigadas pelo Ministério Público Estadual e já motivaram a
deflagração da operação Sinal Fechado.
Após a divulgação dos
vídeos da delação premiada, o desembargador foi procurado pela
reportagem da TRIBUNA DO NORTE e se limitou a dizer que as "medidas
judiciais cabíveis serão tomadas". Uma semana depois, a declaração se
concretizou com a petição registrada na Justiça. As informações
disponíveis virtualmente no website do Tribunal de Justiça não permitem
visualizar detalhes do pedido de condenação de Alcides por calúnia. O
juiz Raimundo Carlyle, da 4ª Vara Criminal, é quem decidirá sobre o
conteúdo da petição.
O caso
Os
controladores do Consórcio Inspar estavam dispostos a ampliar a compra
de apoio ao projeto de inspeção veicular, estabelecido de forma
fraudulenta no governo Wilma de Faria/Iberê Ferreira de Souza,
estendendo-se também para a administração do governo Rosalba. A peça
chave do esquema dentro do Detran/RN era Marcus Vinícius Furtado da
Cunha, que ocupava o cargo de procurador-geral do Departamento Estadual
de Trânsito.
George Olímpio tentou sustentar Marcus Vinícius Furtado da
Cunha, mesmo com a mudança da direção geral do órgão. As tentativas,
porém, não progrediram, mas de acordo com o depoimento de Alcides
Fernandes Barbosa iniciou-se um outro esquema de pagamentos envolvendo o
novo diretor da autarquia, Érico Vallério Ferreira de Souza e o pai
dele, o desembargador Expedito Ferreira.
Na delação premiada,
Alcides afirmou que as negociações entre George Olímpio e Érico Vallério
se deram no escritório da Construtora Montana, pertencente a Gilmar
Lopes, sócio da Inspar e, segundo Alcides, amigo íntimo do
desembargador. Gilmar teria se encontrado com Expedito Ferreira no
gabinete do Tribunal de Justiça. Na ocasião, o desembargador teria
alertado o dono da Montana sobre os percentuais que seriam distribuídos a
Wilma de Faria, João Faustino e Iberê Ferreira quando as inspeções
fossem iniciadas.
Gilmar se sentiu enganado por George Olímpio e o
questionou por quais motivos ele teria feito aquela divisão. "O Gilmar
disse que não tinha mais condições de falar com Expedito por causa das
mentiras relacionadas aos percentuais", disse Alcides Barbosa. George
Olímpio teria solicitado a intermediação de Gilmar com Expedito Ferreira
por eles serem amigos e, com isto, facilitar uma aproximação com
Érico Vallério, o escolhido por Rosalba Ciarlini para assumir o Detran
em seu mandato. A aproximação ocorreu.
O funcionamento da Central
de Registro de Contratos e a inspeção veicular foram mantidos. Seria
por esta suposta "ajuda" que Expedito Ferreira receberia os R$ 50
mil/mensais.
Tribuna do norte
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