MPF investiga ações sobre seguro
O Ministério Público Federal (MPF) está investigando uma suposta fraude
cometida por diversos escritórios de advocacia contra a Caixa Econômica
Federal (CEF). De acordo com informações divulgadas pela Agência
Estado, a fraude ameaça abrir um rombo bilionário nas contas do Tesouro
Nacional.
São 28 mil ações, ajuizadas por 257 mil pessoas, que cobram
garantias do extinto seguro habitacional do Sistema Financeiro da
Habitação (SFH) de financiamentos concedidos há mais de 30 anos. O
prejuízo pode atingir R$ 12,7 bilhões, segundo cálculos preliminares.
Segundo investigações, o Rio Grande do Norte está na rota da ação dos
advogados.
Em Natal, alguns escritórios conseguem a ajuda de conselhos
comunitários para conseguir clientes. A presidente do Conselho
Comunitário do Conjunto Pirangi, Jurema Gomes, afirmou que desde 2007
alguns proprietários ingressaram com a ação na Justiça. "Isso é um
projeto que nós trouxemos para cá. Tem um escritório com uns 20
advogados que trabalha só com isso em Natal. Eles vêm aqui, a gente
coloca carro de som na rua chamando o povo para assinar a papelada",
disse.
Segundo Jurema, cerca de 30 moradores do Conjunto Pirangi
já receberam dinheiro de indenização. "Sei de uma pessoa que recebeu R$
100 mil e, só nesse escritório, sei que pelo menos mais umas 900
pessoas, no Rio Grande do Norte todo, já receberam o cheque da Justiça",
afirmou. A presidente do Conselho desconhece qualquer investigação com
relação ao caso. "Isso é uma coisa boa. Muita gente tem o sonho de
receber esse seguro. Não tem problema nenhum nisso".
O MPF já
instaurou procedimento preparatório para apurar as denúncias e solicitou
informações à Superintendência de Seguros Privados (Susep) e à Caixa. O
alvo da investigação, segundo portaria do MPF, são os indícios de
fraudes contra o SFH pelos escritórios de advocacia, celeridade
"incomum" na tramitação das ações na Justiça e possível omissão da
Caixa.
Tribuna do norte
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