A avaliação de desempenho de recursos humanos
[...]
As razões para medir o
desempenho
Ressaltaram-se no capítulo 2
as razões pelas quais se defende a adoção do processo de Avaliação de
Desempenho de Recursos Humanos. Como fazê-la é a tarefa que inspira este
trabalho.
Quando se tem o propósito de
avaliar desempenho, quer de um sistema organizacional, quer de equipes de
trabalho, a medição é um fator inerente ao "funcionamento" dos
mesmos. Portanto, a decisão de avaliar "desempenho" traz consigo a necessidade
de se efetuarem medições e de acordo com Sink e Tuttle (1993, p.145), a medição
"muitas vezes é implícita, muitas vezes evitada e quase sempre mal
compreendida".
Levando–se em conta a
perspectiva adotada nesse trabalho de "intervenção", sob a ótica da
estratégia organizacional, a avaliação de desempenho deverá ser efetuada com
objetivos associados à verificação da forma como a organização caminha para
obtenção das metas e como os seus processos/atividades se ajustam para tal
(enquanto consomem recursos).
Constata-se que os sistemas
organizacionais possuem um conjunto de recursos, arranjados de formas diversas,
para produzirem bens ou prestarem serviços. A capacidade desses sistemas
precisa ser conhecida. A medição e avaliação, por conseqüência, possibilitam
identificar se os recursos estão sendo utilizados de forma adequada para os
resultados pretendidos.
A medição traduz, sob uma
forma escolhida, o desempenho do sistema. Num ambiente em que as transformações
dos negócios ocorrem de modo intenso, um desempenho satisfatório, em
determinado período, pode se transformar, se não houver mudanças, em fator de
perda de competitividade ou em manutenção de processo onerosos (pouco
eficientes) para os clientes logo a seguir.
Outro aspecto, capaz de
justificar a necessidade das medições de desempenho, reside no fato de as
estratégias serem mutáveis ao longo do tempo. Isto é, os sistemas
organizacionais podem manter suas missões, todavia as formas, os métodos e os
meios, para atendê-las, podem ser alterados e a organização dos recursos
modificada. A máxima "o que não é medido não é gerenciado", tem aqui
sua justificativa.
Kaplan e Norton (1997,p.25) observam que medidas e
indicadores são tomados inadequadamente como "ferramenta para controle do
comportamento e avaliação do desempenho passado", quando deveriam servir
de mecanismo para "articular a estratégia da empresa, para comunicar essa
estratégia e para ajudar a alinhar iniciativas individuais, organizacionais e
interdepartamentais, com a finalidade de alcançar uma meta comum".
Moreira (1996, p.19) informa que "a rigor, então,
qualquer sistema de medidas deveria partir de uma visão de futuro que a
organização tenha fixado para si". Antepondo-se a essa consideração,
observa que "a tendência que se desenha para o futuro é colocar no centro
de um sistema de medidas a visão e a estratégia que orientam a empresa, sem a
especificação de comportamentos. A alta gerência sabe qual o resultado final
buscado, mas não pode dizer aos empregados como chegar exatamente àquele resultado,
no mínimo porque as condições nas quais os empregados estão operando mudam
constantemente" (MOREIRA, 1996. P.18).
Fonte
SILVA, Sérgio Luiz da. A avaliação de desempenho de recursos humanos. Disponível em:
<http://www.eps.ufsc.br/disserta99/luiz/cap3a.html>.
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