A dívida externa do Brasil
Deve-se considerar, comparando-se
o século XIX com o XX, que houve um substancial aumento no fosso de renda per
capita que divide os países industrializados dos países em desenvolvimento.
Alguns autores advogam a tese de que a dívida externa trava o crescimento dos
países em desenvolvimento, contribuindo para aumentar essa desigual
distribuição de renda.
O crescimento da dívida exerna
desses países foi grande nos últimos anos. Os países em desenvolvimento tinham
uma dívida global de $70 bilhões em 1970, $167 bilhões em 1975, $751 bilhões em
1981, $1.518 bilhões em 1990 e $1.662 bilhões em 1992. A América Latina era
responsável por 30% dessa dívida. A dívida é séria nessa região porque os
indicadores de dívida/exportações e serviços de dívida/exportações são
comparativamente elevados.
Segundo Aldcroft, no século XIX,
os fluxos externos de capital, em relação ao PIB, eram muito maiores do que nos
anos 80 do século XX.
O Brasil foi um dos países mais atingidos pela crise da
dívida externa, que muito nos últimos anos. Em 1975, ela estava em US$21
bilhões; em 1999, US$229 bilhões, cerca de 30% do PIB. Em termos de dívida
líquida, esse percentual cai para cerca de 24%.
As principais causas da dívida externa brasileira foram os
choques do petróleo, o aumento das taxas de juros internacionais, erros
administrativos do governo brasileiro e a instabilidade criada pelos credores
estrangeiros.
Em 1987, o Governo Brasileiro declarou moratória,
suspendendo nesse mesmo ano. No ano seguinte, declarou de novo, suspendendo
novamente em 1990. O Brasil adotou um complexo sistema de pagamento dessa
dívida, chamado Plano Brady, e voltou ao mercado internacional, mas com
um alto risco Brasil. O problema do endividamento externo continua sério
no Brasil.
Fonte
MELLO, Pedro Carvalho de. A dívida externa do Brasil. Rio de Janeiro: FGV Online, 2006.
Nenhum comentário:
Postar um comentário