Dados do Banco Central divulgados recentemente revelam que o saldo das
operações de crédito bancário para pessoa física no RN atingiram o
volume de R$ 10 bilhões em abril de 2012. É o maior saldo da história.
Acompanhando a dinâmica do crescimento do crédito no estado nos últimos
anos percebemos que de 2004 ao início de 2008 ocorreu uma forte expansão
no volume do mesmo. Com o advento da crise financeira internacional e
as políticas de aumento dos juros e a redução do ritmo de expansão da
economia, o crédito para pessoa física no estado continuou a se expandir
porém a uma velocidade cada vez menor.
Esse ciclo de desaceleração durou até setembro de 2009. Foi uma forte
queda no ritmo de expansão do crédito no período. Em março de 2008, o
pico da expansão, o crédito para pessoa física no estado havia subido
54% em relação aos 12 meses anteriores. Em setembro de 2009 essa
expansão havia se retraído para uma taxa de 21%.
Entre setembro de 2009 e janeiro de 2011 a expansão do crédito no estado
voltou a se acelerar até atingir uma taxa de 29% no início do ano
passado. Todavia, naquele momento começaram a surtir efeito as novas
políticas de contenção da economia que visavam reduzir as taxas de
inflação, as quais ameaçavam extrapolar os limites estabelecidos pelo
regime de metas de inflação.
Esse novo ciclo de desaceleração dura até o fim de 2011, quando a taxa de expansão fica na casa 23%.
Os dados para 2012, porém, demonstram que o crédito para pessoa física
no RN vem tendo uma forte aceleração nesse início de ano. Em abril ele
estava 38% acima do saldo do mesmo mês de 2011.
Os dados de inadimplência, por sua vez, revelam que esta aumenta em
períodos de crise da economia e que coincidem, justamente, com os ciclos
de desaceleração do volume de crédito. O gráfico abaixo mostra como ao
longo de 2011 a inadimplência das pessoas físicas no estado subiu
continuamente. Por outro lado, esse mesmo gráfico demonstra que, muito
embora a inadimplência nesse início de ano esteja superior ao do mesmo
período do ano passado, ela está estacionada e demonstra tendência ao
recuo nos próximos meses.
Além disso, podemos ver que o aumento da inadimplência no ano passado
foi bem inferior àquela ocorrida na crise de 2008, quando o pico chegou a
atingir 7%. No ciclo de aumento da inadimplência em 2011 o pico foi até
5,9%.
Os dados significam, portanto, que a economia do estado já demonstra uma
melhora de perspetivas para os próximos meses, com o efeito desse
crédito maior e com a inadimplência recuando. Acredito que o setores de
comércio e serviços serão os mais beneficiados desse novo ciclo que se
inicia.
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