Ministra acompanhou o
relator e considerou o petista culpado por três crimes; faltam dois
votos para a corte formar maioria pela condenação do deputado...
Gabriel Castro
João Paulo Cunha
(Dida Sampaio/AE)
O quarto voto pela condenação do deputado João Paulo Cunha (PT-SP) partiu da ministra Cármen Lúcia. Na sessão desta segunda-feira do julgamento do mensalão,
ela considerou o ex-presidente culpado de todos os crimes listados pela
acusação: corrupção passiva, lavagem de dinheiro e peculato - o último,
duas vezes.
O placar agora é de 4 votos a 2 pela punição. Bastam 6 votos para que a
Corte tenha formado uma maioria a favor da condenação. Analisando a
mesma sequência de crimes, Cármen Lúcia também considerou culpados o
publicitário Marcos Valério de Souza e seus ex-sócios Ramon Hollerbach e
Cristiano Paz pelos crimes de peculato e corrupção ativa.
"Não me parece possível imaginar que tudo isso tenha sido lícito
penalmente e que não tenha aqui havido comprovação de que realmente os
elementos estão aptos a demonstrar, de forma cabal, a ocorrência do
crime de corrupção passiva pelo réu João Paulo Cunha", afirmou a
ministra, ao justificar sua posição sobre o recebimento de 50 000 reais
pelo deputado.
O valor, pago pelo grupo de Valério, teria sido repassado como
contrapartida pelo favorecimento à empresa SMP&B em um contrato da
companhia com a Câmara dos Deputados. Desse contrato, segundo o
Ministério Público Federal, foram desviados mais de 1 milhões de reais
para o esquema do mensalão.
Pizzolato - A ministra Cármen Lúcia também votou pela
condenação de Henrique Pizzolato, ex-diretor de Marketing do Banco do
Brasil, pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e
peculato.
O réu é acusado de de ter recebido 326 000 reais para favorecer a DNA
Propaganda, de Valério, em um contrato com o banco. Mais de 75 milhões
de reais teriam abastecido o esquema do mensalão.
Pela mesma sequência de crimes, Valério, Hollerbach e Paz foram
considerados culpados pela ministra. Nesse caso, eles respondem pelos
crimes de peculato e corrupção ativa. "O cheque foi assinado por
Cristiano Paz, mas está devidamente demonstrada a vinculação entre todos
eles", afirmou Cármen Lúcia.
O voto da ministra foi o sexto a favor da absolvição do ex-ministro
Luiz Gushiken - contra quem o próprio Ministério Público Federal, em
suas alegações finais, diz não haver provas suficientes. Dessa forma, já
há maioria de votos para livrar o petista da condenação.
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