Rodrigo
Constantino, para o Instituto Liberal
A
esquerda em geral e o PT em particular são mestres no uso de eufemismos para
obliterar conceitos ou monopolizar fins nobres. A cartilha politicamente
correta deles tenta sempre manipular as palavras em seu favor. É assim que seus
crimes viram “malfeitos”, enquanto o dos outros é “roubalheira”. Eles tentam
até suprimir da imprensa o termo “mensalão”. Há vários exemplos.
O
“pacifista” é aquele que monopoliza o fim nobre da paz, independentemente do
meio necessário para tanto. “Justiça social” vira uma meta vaga e ambígua que
justifica todo tipo de injustiça contra indivíduos e suas propriedades. O
“ambientalista” (leia-se “melancia”) é o único preocupado com o meio-ambiente.
Setor “estratégico” vira sinônimo de necessidade de controle estatal, e quem
defende a gestão privada vira um “entreguista”.
As
favelas viram “comunidades”, as empregadas domésticas viram “secretárias do
lar”, os negros e pardos viram “afro-descendentes”. Enquanto isso, o defensor
de menos estado e valores tradicionais vira um “ultraconservador”. Não dá para
negar que a esquerda sabe usar e abusar das palavras em sua propaganda enganosa
como ninguém. São mestres nessa arte.
E
por isso tanta preocupação agora com a pecha de “privatistas”. Eles passaram
décadas demonizando a privatização, como se fosse o mesmo que um crime
hediondo. E eis que, uma vez no poder, a realidade se impõe e a necessidade os
obriga a privatizar! A palavra assusta e, desesperados, eles tentam a todo
custo se proteger dela. É “concessão”. É “parceria”.
Bobagem
semântica, claro. Transferir a gestão para a iniciativa privada, eis o conceito
básico de privatização. Certos setores fazem isso por meio de concessões, por
suas características intrínsecas. Mas o resultado é o mesmo: retirar o governo
do controle e passá-lo para o setor privado em busca de lucro.
Se
ele anda como cachorro, abana o rabo como cachorro, e late como cachorro, então
só pode ser um cachorro! Veio com muito atraso e ainda com várias falhas no
modelo, mas finalmente o PT está acelerando o programa de privatização. Antes
tarde do que nunca. Que agüentem agora o peso desta palavra: privatistas!
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