As exportações do Rio Grande do Norte no mês de julho registram uma
forte queda quando comparadas ao mesmo mês do ano passado. Em julho
deste ano o estado exportou US$ 15,9 milhões contra um volume de
exportações nesse mesmo mês de 2011 US$ 24,9 milhões. Portanto, uma
queda de US$ 9 milhões no valor total das exportações ou o equivalente a
36%.
Os dois principais itens responsáveis por essa queda foram peixes, com
queda de US$ 3,9 milhões, e as exportações de castanha de caju, que
caíram US$ 2,2 milhões.
Em junho de 2011 o RN exportou US$ 4,9 milhões de peixes e em julho
deste ano o valor caiu para apenas US$ 1 milhão. No caso da castanha o
valor no mês de julho do ano passado foi US$ 5,6 milhões e em julho
deste ano caiu para US$ 3,4 milhões.
No caso da castanha ocorreu uma combinação na queda do volume exportado
(-28%) com uma redução no preço do produto (queda de 16% quando
comparado ao mesmo mês do ano anterior). Para as exportações de peixes
(cujo principal item são os atuns) a queda foi determinada sobretudo
pelo volume exportado.
Aliás, as exportações de atuns no estado não estão repetindo em 2012 o
bom desempenho registrado no ano passado. De janeiro a julho de 2011 o
RN havia exportado aproximadamente US$ 11 milhões em pescados. Esse ano,
no mesmo intervalo de tempo, as exportações desses produtos chega
apenas a US$ 4,13 milhões.
Os dois principais produtos da pauta de exportações do Rio Grande do
Norte são o melão e a castanha. Frequentemente eles se revezam ocupando a
primeira a segunda colocação no ranking de exportações locais.
As exportações de melão, produzido principalmente nos municípios de
Mossoró e Baraúna com uma agricultura irrigada moderna, são sazonais,
ocorrendo sobretudo de setembro a janeiro, período de ausência de chuvas
na região produtora.
A castanha, por sua vez, tem no município de Serra do Mel seu principal
polo de produção, mas cuja produção também é encontrada no Médio Oeste,
na Serra de Santana e um pouco aqui pela região Agreste do estado.
Embora seja uma produção também sazonal, com início da frutificação
nessa época do ano na região oeste do estado e progressivamente se
estendendo em direção ao leste, as exportações de castanha são
razoavelmente bem distribuídas ao longo do ano. Pois o produto é
processado nas usinas de beneficiamento e a castanha não é perecível
como o melão, podendo ser armazenada.
De janeiro a julho de 2012 as exportações de castanha registraram um
pequeno aumento de 1% na quantidade exportada em relação ao mesmo
período de 2011. Todavia, com a queda de 8,7% nos preços da castanha no
mercado internacional, o valor das exportações teve um recuo de 7,7%.
No caso do melão o ano de 2012 vem se mostrando muito bom para os
agricultores que praticam seu cultivo. Em termos de volume exportado
ocorreu um crescimento de 43% nas exportações de melão do estado. Esse
crescimento ocorreu sobretudo pela forte seca que se abateu sobre o
semiárido nordestino esse ano. Sem as chuvas na região produtora, os
agricultores puderam estender o período de produção utilizando a
agricultura irrigada.
Isso fica bastante claro quando verificamos, por exemplo, que em 2011
não ocorreram exportações de melão pelo RN nos meses de maio, junho e
julho. Agora em 2012, embora em volume pequeno, foram exportadas 140
toneladas da fruta. No primeiro quadrimestre do ano, por sua vez, as
exportações atingiram 22 mil toneladas, contra aproximadamente 16 mil no
mesmo período de 2011.
Se o clima está favorável às exportações de melão, o mesmo não pode ser
dito dos preços. Na média deste ano as exportações de melão do RN foram
realizadas a uma cotação do produto cerca de 11,5% abaixo da média
praticada em 2011. Provavelmente a crise da Europa (principal destino
das nossas exportações de melão) e a maior oferta do produto, tenham
contribuído para essa queda nos preços.
Com a desvalorização cambial recente, porém, é possível que em reais os
exportadores estejam recebendo por KG exportado um valor maior do que o
recebido em 2011.
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