Sonho da mamona parece chegar ao fim
Por Fernando Dias
Duas notícias recentes sobre o mercado
de biodiesel sugerem que o sonho de tornar o sertanejo um sheik do
biodiesel não passou disso, um sonho. Consideremos primeiro os dados de
produção de biodiesel e produção de mamona entre 2005 e 2011, e fica
evidente que já não já mais qualquer correlação entre estes dois
produtos. Como a maioria dos analistas previu, exceto os do governo
federal, a matéria prima do biodiesel brasileiro é a soja e isto ocorreu
em função dos ganhos de escala que esta cultura apresenta no
agronegócio.
Os dados de previsão de safra para este ano corroboram esta hipótese,
onde ante uma previsão de queda de até 60% na produção de mamona
nordestina não há qualquer reflexo previsto para a produção de
biodiesel. Cabe ressaltar que a produção de mamona do Nordeste é 95% da
produção nacional. De fato, isto evidencia também um segundo elemento
também previsto pela maioria dos analistas, com nova exceção para os do
governo, que é a grande sensibilidade da estrutura de produção da mamona
as intempéries do Nordeste.
Mas caso a seca não seja suficiente
para convencer Brasília que criaram um mercado cativo para produtor de
soja, uma notícia recente pode reforçar o argumento. Deve ser inaugurada
em Pernambuco uma usina de produção de biodiesel a partir de algas
marinhas. Trata-se de um processo que integra o uso de algas e produção
de etanol de cana, aproveitando tanto o potencial do mercado de
biodiesel quanto o de créditos de carbono. Ao que tudo indica, para o
sertanejo nem o sonho sobrou, apenas a seca ficou.
Tem produtor rural que 'briga' com quem falar da tal mamona... A farsa só serviu mesmo para causar mais descrença.
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