sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Sonho da mamona parece chegar ao fim

Por Fernando Dias


Duas notícias recentes sobre o mercado de biodiesel sugerem que o sonho de tornar o sertanejo um sheik do biodiesel não passou disso, um sonho. Consideremos primeiro os dados de produção de biodiesel e produção de mamona entre 2005 e 2011, e fica evidente que já não já mais qualquer correlação entre estes dois produtos. Como a maioria dos analistas previu, exceto os do governo federal, a matéria prima do biodiesel brasileiro é a soja e isto ocorreu em função dos ganhos de escala que esta cultura apresenta no agronegócio.




Os dados de previsão de safra para este ano corroboram esta hipótese, onde ante uma previsão de queda de até 60% na produção de mamona nordestina não há qualquer reflexo previsto para a produção de biodiesel. Cabe ressaltar que a produção de mamona do Nordeste é 95% da produção nacional. De fato, isto evidencia também um segundo elemento também previsto pela maioria dos analistas, com nova exceção para os do governo, que é a grande sensibilidade da estrutura de produção da mamona as intempéries do Nordeste.


Mas caso a seca não seja suficiente para convencer Brasília que criaram um mercado cativo para produtor de soja, uma notícia recente pode reforçar o argumento. Deve ser inaugurada em Pernambuco uma usina de produção de biodiesel a partir de algas marinhas. Trata-se de um processo que integra o uso de algas e produção de etanol de cana, aproveitando tanto o potencial do mercado de biodiesel quanto o de créditos de carbono. Ao que tudo indica, para o sertanejo nem o sonho sobrou, apenas a seca ficou.

Tem produtor rural que 'briga' com quem falar da tal mamona... A farsa só serviu mesmo para causar mais descrença.

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