Um dos principais problemas brasileiros é a distribuição dos recursos entre as famílias ou pessoas e há várias formas de medir como os recursos estão sendo repartidos na sociedade. De acordo com a pesquisa POF, (Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008/2009) analisou dentro outras questões, a distância entre os recursos apropriados por 40% das famílias com os menores rendimentos e a parcela de 10% das famílias com os maiores rendimentos.
A variável utilizada, em relação a qual foram observadas diversas distâncias, foi despesas monetária e não monetária per capita familiar apropriada pelos dois conjuntos de famílias. Os indicadores assim obtidos mostram de forma simples em quanto uma parte da população encontra-se distante da outra, ou seja, os graus de desigualdade das distribuições das despesas observadas.
No contexto dessa análise, a variável utilizada para classificar as famílias foi a soma dos rendimentos monetário e não monetário e da variação patrimonial que, por simplificação, passa a ser denominada rendimentos.
Como a despesa per capita mostra a forma de apropriação das pessoas ou famílias, é considerada uma medida de bem-estar. Neste sentido, quanto menor a despesa per capita, menor o nível de bem-estar do grupo sob estudo.
No Brasil, os 40 % de famílias com menores rendimentos possuíam despesa total per capita de aproximadamente R$ 296,35, enquanto as 10% com maiores rendimentos, de R$ 2 844,56. Assim, no País a distância média da despesa per capita dos 10% com maiores rendimentos contra os 40% com menores rendimentos foi de 9,6 vezes, indicando a desigualdade na distribuição das despesas familiares per capita no Brasil. No entanto, ao comparar com os dados da POF 2002-2003 (10,1 vezes), percebe-se um declínio desta distância, indicando alguma melhora na distribuição dos recursos.
Nas regiões geográficas, a maior despesa média familiar per capita entre os 40% com menores rendimentos foi da Região Sul (R$ 406,00) e a menor da Região Nordeste (R$ 233,00). A despesa per capita da Região Sul era aproximadamente 74% maior que a da Região Nordeste. Assim, a POF 2008-2009 revelou, também, diferenças regionais entre as famílias detentoras dos menores rendimentos.
Entre as famílias com maiores rendimentos, a região com menor despesa média per capita foi a Região Norte (R$ 2 094,00) e com a maior foi a Região Sul (R$2.799,00). Interessante ressaltar que, para este grupo de famílias, a despesa per capita da Região Sul era cerca de 33% maior que a da Região Norte, revelando que havia diferenças regionais, porém em intensidade menor do que a referente ao grupo com os menores rendimentos.
No País, a região mais desigual foi a Nordeste (distância entre despesas médias per capita de 11,3 vezes), enquanto a menos desigual foi a Sul (6,9 vezes). Houve, no período entre as realizações das POF 2002-2003 e POF 2008-2009, a redução do indicador de desigualdade aqui analisado para as Regiões Sul, CentroOeste e Nordeste. As demais Grandes Regiões mostraram resultados próximos da estabilidade.
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