quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Em 2013, seu clube será um “puro sangue”, ou um “pônei maldito”?


Ricardo Araujo - Exame
Colocando minha bola de cristal para funcionar, vamos brincar de futurologia, e apostar nos “cavalos vencedores” (e nos perdedores) do próximo ano (o primeiro pós-fim do mundo).
Prever esse tipo de coisa é mais arriscado que comentar futebol ao vivo. Quando o sujeito acaba de comentar que o time A está mal, este surpreende e faz um gol. E o cara fica ali, atarantado, tentando desdizer todas as opiniões de minutos atrás.

Certamente que ao final de 2013, muitos se lembrarão desse post. Uns com raiva, outros com pena de mim, mas espero que a maioria com bom humor.

Em Minas, quem se sairá melhor? O Galo anabolizado do Kalil, ou a Raposa deprimida pós-Perrelas? Boa questão.

O Cruzeiro gerou muitas expectativas esse ano. Praticou uma gestão mais “pé no chão”, e não foi bem. Bom, bonito, e barato, cai bem em clube pequeno, não no Cruzeiro. Não vejo grandes perspectivas para 2013, que entendo ainda ser um ano de “arrumação da casa”, apesar da reinauguração do Mineirão. Tem jeito de continuar coadjuvante, porem acredito em bons ventos para 2014.

E o Galo ? Na “era Kalil”, o Atlético viveu sempre entre o céu e o inferno. Depois de quase cair em 2011, iniciou 2012 desacreditado. Mas o Galo é assim. Expectativas reversas. Quando pensamos que irá mal ele surpreende e vice-versa. Em 2013, o clube voltará à Libertadores e poderá aumentar o faturamento e a exposição da marca. Terá o Independência para jogos menores e talvez o Mineirão para jogos de peso. Kalil comete verdadeiras barbaridades gerenciais, mas tem uma grande qualidade. Tem ambição. O Galo pode ser um “puro sangue” em 2013, mas é aquilo, quando pensamos uma coisa, ele nos surpreende…

Além disso, o que mais me preocupa no Galo será o período pós-Kalil. As dívidas do clube aumentaram exponencialmente, e, se nenhum título expressivo for conquistado, o futuro do Atlético será complicado.

No Sul, o Inter saiu dos trilhos. O efeito Mazembe afetou o clube mais que o esperado. Continua com as finanças em ordem, finalmente colocou as obras do Beira Rio para andar, mas a gestão de elenco do clube me deixa muitas dúvidas. Talvez tenha sido o campeão de erros de 2012. Acho que o colorado vai “andar de lado” em 2013. O rival, ao contrário, depois de alguns anos na parte de baixo da gangorra, tem tudo para brilhar no próximo ano. Além do óbvio plus proporcionado pelo novo estádio, e da participação na Libertadores, a gestão de elenco me parece mais competente do que o rival. Acho que o Grêmio brilhará.

Em São Paulo, a fôrça econômica faz, e continuará cada vez mais, fazendo a diferença. Maior economia, maior mercado consumidor e publicitário, maior interesse de mídia e patrocinadores, os grandes clubes paulistas só não serão nos próximos anos os dominadores do mercado da bola, se não quiserem. Ou por acaso se perderem em politicagem, vaidade, ou incompetência extrema.

Corinthians e São Paulo em especial, terão certamente um ótimo 2013. Ganharão tudo? Não, mas serão os adversários a serem batidos em todas as competições do ano.


O Santos desandou. A política interna interferiu, mas o clube contratou mal, se enfraqueceu, e mostrou que, sem Neymar, virou um time abaixo dos outros. Outro fator que prejudica o clube, é a eterna impressão que quer ser pequeno. Ter Neymar, e jogar para 5 mil torcedores em um estádio pequeno e acanhado, não é pensamento de time grande. O Pacaembu está aí. Pode ser o último vagão do trem. Se não contratar muito bem, será coadjuvante em 2013.

E o Palmeiras heim ? Bem, de cara uma ótima notícia. Tirone vai partir. Quem entrar, de certo não será pior. Que os palmeirenses não esperem muito de 2013. A participação na Libertadores quase certamente será figurativa, mas o objetivo é voltar à série A em 2014. E, se a nova gestão trabalhar direitinho, poderá ser um ótimo ano. Centenário, volta à elite, e uma nova e moderna arena. Se 2013 não promete nada mais que um céu cinza, 2014 poderá ser muito azul (ou verde…).

No Rio, o Flu, turbinado by Unimed, continuará bem. Mais bem gerido, sem grandes pressões, e com fartos recursos para pagar salários, deverá continuar protagonista. 
O Vasco, depois da nefasta era do ex-deputado, como o poeta da musica, foi ao inferno e voltou. Mas, ao contrário do que pensávamos, voltou com alicerces de barro. 2013 pinta ser muito difícil para os lados de São Januário.

O Botafogo continua a previsão mais difícil. Uma dívida colossal que trava o crescimento do clube de um lado, e uma gestão que aparenta fazer tudo certo do outro. Mas deve ser só aparência, porque algumas coisas devem estar erradas. O marketing tem sido dos melhores, mas a gestão de elenco muito ruim. Tem o Engenhão a favor, mas em guerra com a torcida, de nada adianta (em termos técnicos). Ou conquista títulos, ou vai ser um pônei com jóquei de luxo (Seedorf).

E o Flamengo ? O gigante atolado em areia movediça, começou o ano bem. Se livrou da ex-vereadora, e a nova gestão, aparentemente mais profissional, inicia os trabalhos sem falsas promessas e as bravatas de outros tempos. 2013 seria um ano para acertar a casa apenas, mas que não se iludam. A pressão infernal vinda das arquibancadas, e do fogo amigo da política interna, serão implacáveis se algum resultado não aparecer. Não acredito que será um grande ano para “o mais querido”, mas o Flamengo sempre pode surpreender.
Um ótimo fim de ano a todos, e um grande 2013.

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