Ricardo Araujo - Exame
Colocando minha bola
de cristal para funcionar, vamos brincar de futurologia, e apostar nos “cavalos
vencedores” (e nos perdedores) do próximo ano (o primeiro pós-fim do mundo).
Prever esse tipo de
coisa é mais arriscado que comentar futebol ao vivo. Quando o sujeito acaba de
comentar que o time A está mal, este surpreende e faz um gol. E o cara fica
ali, atarantado, tentando desdizer todas as opiniões de minutos atrás.
Certamente que ao final de 2013, muitos se lembrarão desse post. Uns com raiva,
outros com pena de mim, mas espero que a maioria com bom humor.
Em Minas, quem se sairá melhor? O Galo anabolizado do Kalil, ou a Raposa
deprimida pós-Perrelas? Boa questão.
O Cruzeiro gerou muitas expectativas esse ano. Praticou uma gestão mais “pé no
chão”, e não foi bem. Bom, bonito, e barato, cai bem em clube pequeno, não no
Cruzeiro. Não vejo grandes perspectivas para 2013, que entendo ainda ser um ano
de “arrumação da casa”, apesar da reinauguração do Mineirão. Tem jeito de
continuar coadjuvante, porem acredito em bons ventos para 2014.
E o Galo ? Na “era Kalil”, o Atlético viveu sempre entre o céu e o inferno.
Depois de quase cair em 2011, iniciou 2012 desacreditado. Mas o Galo é assim.
Expectativas reversas. Quando pensamos que irá mal ele surpreende e vice-versa.
Em 2013, o clube voltará à Libertadores e poderá aumentar o faturamento e a
exposição da marca. Terá o Independência para jogos menores e talvez o Mineirão
para jogos de peso. Kalil comete verdadeiras barbaridades gerenciais, mas tem
uma grande qualidade. Tem ambição. O Galo pode ser um “puro sangue” em 2013,
mas é aquilo, quando pensamos uma coisa, ele nos surpreende…
Além disso, o que mais me preocupa no Galo será o período pós-Kalil. As dívidas
do clube aumentaram exponencialmente, e, se nenhum título expressivo for
conquistado, o futuro do Atlético será complicado.
No Sul, o Inter saiu dos trilhos. O efeito Mazembe afetou o clube mais que o
esperado. Continua com as finanças em ordem, finalmente colocou as obras do
Beira Rio para andar, mas a gestão de elenco do clube me deixa muitas dúvidas.
Talvez tenha sido o campeão de erros de 2012. Acho que o colorado vai “andar de
lado” em 2013. O rival, ao contrário, depois de alguns anos na parte de baixo
da gangorra, tem tudo para brilhar no próximo ano. Além do óbvio plus
proporcionado pelo novo estádio, e da participação na Libertadores, a gestão de
elenco me parece mais competente do que o rival. Acho que o Grêmio brilhará.
Em São Paulo, a fôrça econômica faz, e continuará cada vez mais, fazendo a
diferença. Maior economia, maior mercado consumidor e publicitário, maior
interesse de mídia e patrocinadores, os grandes clubes paulistas só não serão
nos próximos anos os dominadores do mercado da bola, se não quiserem. Ou por
acaso se perderem em politicagem, vaidade, ou incompetência extrema.
Corinthians e São Paulo em especial, terão certamente um ótimo 2013. Ganharão tudo? Não, mas serão os adversários a serem batidos em todas as competições do ano.
O Santos desandou. A política interna interferiu, mas o clube contratou mal, se
enfraqueceu, e mostrou que, sem Neymar, virou um time abaixo dos outros. Outro
fator que prejudica o clube, é a eterna impressão que quer ser pequeno. Ter
Neymar, e jogar para 5 mil torcedores em um estádio pequeno e acanhado, não é
pensamento de time grande. O Pacaembu está aí. Pode ser o último vagão do trem.
Se não contratar muito bem, será coadjuvante em 2013.
E o Palmeiras heim ? Bem, de cara uma ótima notícia. Tirone vai partir. Quem
entrar, de certo não será pior. Que os palmeirenses não esperem muito de 2013.
A participação na Libertadores quase certamente será figurativa, mas o objetivo
é voltar à série A em 2014. E, se a nova gestão trabalhar direitinho, poderá
ser um ótimo ano. Centenário, volta à elite, e uma nova e moderna arena. Se
2013 não promete nada mais que um céu cinza, 2014 poderá ser muito azul (ou
verde…).
No Rio, o Flu, turbinado by Unimed, continuará bem. Mais bem gerido, sem grandes
pressões, e com fartos recursos para pagar salários, deverá continuar
protagonista.
O Vasco, depois da nefasta era do ex-deputado, como o poeta da
musica, foi ao inferno e voltou. Mas, ao contrário do que pensávamos, voltou
com alicerces de barro. 2013 pinta ser muito difícil para os lados de São
Januário.
O Botafogo continua a previsão mais difícil. Uma dívida colossal que trava o
crescimento do clube de um lado, e uma gestão que aparenta fazer tudo certo do
outro. Mas deve ser só aparência, porque algumas coisas devem estar erradas. O
marketing tem sido dos melhores, mas a gestão de elenco muito ruim. Tem o
Engenhão a favor, mas em guerra com a torcida, de nada adianta (em termos
técnicos). Ou conquista títulos, ou vai ser um pônei com jóquei de luxo (Seedorf).
E o Flamengo ? O gigante atolado em areia movediça, começou o ano bem. Se
livrou da ex-vereadora, e a nova gestão, aparentemente mais profissional,
inicia os trabalhos sem falsas promessas e as bravatas de outros tempos. 2013
seria um ano para acertar a casa apenas, mas que não se iludam. A pressão
infernal vinda das arquibancadas, e do fogo amigo da política interna, serão
implacáveis se algum resultado não aparecer. Não acredito que será um grande
ano para “o mais querido”, mas o Flamengo sempre pode surpreender.
Um ótimo fim de ano a
todos, e um grande 2013.
Nenhum comentário:
Postar um comentário