segunda-feira, 17 de junho de 2013

A Firma na teoria econômica e como unidade de investigação estatística

A Firma Neoclássica


A firma na teoria econômica convencional ocupa um lugar excessivamente restrito. É apenas o local que reúne fatores de produção que se combinam de acordo com a  tecnologia disponível de conhecimento comum. Nada mais é do que uma planta sujeita às leis de rendimento. Assim, na teoria econômica neoclássica, a firma é o local onde uma ou várias transformações tecnológicas são processadas em um determinado bem ou serviço. A firma é retratada como um ator passivo, que toma a tecnologia, os preços dos fatores e a capacidade organizacional como dados e reage às mudanças na oferta e na demanda por substituição na margem. Aspectos organizacionais ou de relacionamento com clientes e fornecedores são ignorados, de tal modo que a firma pode ser representada como uma função de produção, cujas entradas são os vários insumos necessários à produção e as saídas, os produtos produzidos por ela.

Implícitas nesta abordagem estão hipóteses sobre a eficiência no uso dos fatores de dois tipos. Primeiro é assumido que a firma opera em sua função de produção que mostra o volume máximo de um produto que pode ser obtido de cada combinação factível dos insumos – capital e trabalho. A falha em operar na função de produção implica desperdício no uso dos insumos. Em segundo lugar, dados os preços dos fatores, assume-se que a firma escolhe a menor combinação de fatores para cada possível nível de produto.

A hipótese de comportamento que prevalece é de maximização de lucros. O empresário, agindo racionalmente e com plena informação, escolhe o mix de produtos mais adequado para maximizar os lucros. Uma determinada firma é uma função maximizadora distinta de outras firmas pela sua estrutura de custos e produtos, apenas. A natureza da firma com respeito às suas decisões de produção e de investimento, bem como aspectos de organização interna como estrutura hierárquica e processos de controle, por exemplo, são irrelevantes, e portanto, ignorados.

A abordagem neoclássica é adequada à construção do equilíbrio geral, porque a enquadra como parte de um sistema de determinação de preços e alocação de recursos. Nas condições ideais de concorrência perfeita, por exemplo, inúmeras firmas fazem produtos substituíveis, de forma que os compradores não têm razão para preferir o produto de uma firma ao de outra; as firmas são independentes e dispersas, e há completo conhecimento de todos os compradores e produtores. Os consumidores decodificam todas as informações a respeito dos atributos dos bens sem dificuldades e são capazes de escolher racionalmente entre bens alternativos. A firma é considerada, então, um agente individual, interagindo com agentes similares — consumidores individuais — no mercado.


Fonte

FEIJÓ, C.; VALENTE, E. A Firma na Teoria Econômica e como Unidade de Investigação Estatística. Revista de Economia Contemporânea . Rio de Janeiro, v., n. Disponível em: <http://www.ie.ufrj.br/revista/pdfs/a_firma_na_teoria_economica_e_como_unidade_de_investigacao_estatistica.pdf>.

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