A teoria
econômica tem passado por diversos momentos polêmicos de fundamental
importância para a sua evolução. Óbvio que a utilização dos princípios
econômicos deve ser vista por dois prismas essenciais, tais como: em primeiro
lugar, a questão da teoria que são as experiências que deram certo e que
precisam ser tomadas como parâmetros, para não cair no mesmo erro; e, em
segundo lugar, o ponto de vista prático, que denota o que está sendo feito sob
a experiência de outrem, é o learning by doing, comum nas
experimentações das autoridades. Este modo de ver as coisas tem avançado
séculos, e dado pequenos incrementos à Economia, que precisa ser claramente bem
entendida para melhorar o processo produtivo e proporcionar um bem-estar mais
condigno para a população em geral.
Estas discussões
em defesa de uma dinamização econômica têm conduzido a uma divisão teórica, que
ao invés de desenvolver a sua estrutura como um todo, tem deixado os grupos
oligopolistas a fomentarem as concentrações de capital, criando os grandes
grupos industriais, e dificultando cada vez mais a competição, que é salutar à
criatividade e inovação econômica. Como já é conhecido, o grande capital não
incentiva uma equânime distribuição dos lucros em defesa do desenvolvimento da
economia como um todo; entretanto, cria mecanismo para barrar a participação
daqueles que são ameaças em sua trajetória de crescimento, e parte para
explorar distantes plagas, para a satisfação do egoísmo e da ganância, como
acontece com a formação de cartéis e trustes em longínquos pontos do
continente.
Assim, é pautado
nesta intransigência de acumuladores de capital que surgem os pequenos, médios
e micro empreendimentos industriais, querendo sobreviver às intempéries da
vida, em busca de uma participação no sistema econômico vigente; pois, estes
segmentos do setor de transformação industrial têm grande significado na vida
econômica de qualquer país. Sabe-se, todavia, que os grandes conglomerados não
originam dos primórdios da humanidade; mas, do processo de acumulação dos
excedentes, que se avolumavam nas mãos de poucos gananciosos, que buscavam
sempre mais, a troco da exploração humana; e, isto não parte somente de
capitalistas individuais, em busca de maiores lucros, mas também de países que
buscam a hegemonia intercontinental em termos de poder político/econômico.
A força do
capitalismo faz tornar dependentes muitos países pobres, transferindo para as
nações ricas, capitais obsoletos e tecnologias defasadas para manter sempre o
seu processo de transferência de altos lucros, para fomentar o seu poderio cada
vez maior na matriz. Neste prisma foi que se formou o capitalismo tardio nos
países subdesenvolvidos, e com ele o sentido cada vez mais forte da
dependência, que tanto fomenta o avanço e a dinamização de seu parque
industrial, e de sua agricultura que em sua maioria é de subsistência. A
imposição do grande capital dificulta o crescimento de capitais menores,
criando uma grande fenda entre o capital e o trabalho; pois, os pequenos
capitais demandam sempre maiores taxas de lucros, com um volume muito menor de
ganhos da atividade de transformação industrial.
Em países
pobres, o que é intensivo é a mão-de-obra que existe em abundância, e é
recrutada a preço baixo; entretanto, a ganância pelos altos lucros, faz com que
apareça sempre um excedente de mão-de-obra, para formar a concorrência, e o
custo do trabalho nunca aumentar, e, se aumentar, seja a uma taxa lenta para
não atrapalhar o processo de acumulação. Contudo, ao aparecer um desajustamento
entre o emprego do trabalho e do capital, isto faz com que surjam as
deseconomias de escala e, por conseguinte, dificuldades no processo produtivo
que refletem no nível de sobrevivência das empresas de transformação. Um dos
elementos que influenciam nestas deseconomias é justamente a qualidade da
produtividade média do trabalho, na atividade econômica industrial.
Quando se fala
em economias de escala, surge uma polêmica muito forte com respeito a este
termo; pois, muitas variáveis são influentes no seu aparecimento e para se
constatar qual, ou quais elementos estão tornando inviável a produção que se
está trabalhando, é preciso muita habilidade e experiência no assunto. Numa
economia industrial, observa-se o aparecimento de economias de escala, se ela
está trabalhando eficientemente bem, ou deseconomias de escala, se a
ineficiência está surgindo com maior regularidade. Isto é próprio de um sistema
que trabalha com mão-de-obra sem desqualificação, com tecnologia obsoleta,
grande capacidade ociosa, e com gerente ou empresário inabilitado em sua
atividade, e algumas outras variáveis de fundamental importância para o
assunto.
As economias de
escala são geradas em qualquer tipo de estratificação industrial, tais como uma
empresa ser pequena, média, ou grande, isto depende sempre da alocação dos
recursos, dentro do processo produtivo, quer dizer, a aplicação do trabalho e
do capital na dinâmica da produção. Uma alocação eficiente destes fatores de
produção tem como tendência imediata a geração de economias de escala no processo
produtivo, não tem nada a ver com o intervalo de classificação da indústria;
mas, é preciso que se saiba que as indústrias grandes e médias, têm mais
facilidades contingências de melhores ganhos de produtividade, considerando
tecnologias melhores; mão-de-obra mais especializadas; maquinarias novas e mais
possantes, e muitos outros fatores que aumentam a produtividade da indústria.
Ao se colocar a
questão sobre as pequenas e micros empresas, já se sente uma certa dificuldade
na obtenção de economias de escala, pois são empresas excluídas do acesso a
melhores tecnologias, ou qualquer progresso. O empresário geralmente é o
próprio dono da empresa e do capital utilizado. A mão-de-obra é mais rotativa,
e a capacidade da indústria é bem menor do que as de maior porte e assim,
outros fatores aparecem, fazendo com que a ineficiência esteja sempre em sua
porta. Isto não quer dizer que as economias de escala não possam acontecer nas
pequenas e micro empresas, entretanto, observam-se as dificuldades múltiplas que
acontecem, tornando cada vez mais complicada a geração de tais ganhos; mas, uma
maior facilidade na formação de deseconomias de escala, oriundas de produções
pequenas.
A polêmica sobre
as economias de escala continua sem uma definição precisa deste conceito;
entretanto, deve-se deixar claro que, o mais importante é que cada indústria
tem uma história, uma formação de custos assim como, uma programação que tem
que ser levada em conta, para uma avaliação de uma economia, ou deseconomia de
escala. Em países, ou regiões pobres, onde se utilizam seus potenciais de
mão-de-obra, deve-se tentar investigar as economias de escala ou não, da
produtividade média do trabalho, isto significa dizer pelas observações
implementadas que se a mão-de-obra empregada no processo produtivo é de boa ou
má qualidade, isto tem por traz a questão da tecnologia e da qualidade do
equipamento técnico que está sendo utilizado no processo industrial.
Dado que o
potencial de mão-de-obra numa determinada região é bastante grande, é necessário
que se use bem o contigente de trabalhadores que estão disponíveis no mercado
de trabalho, e alguns com bastante experiência ou especializado no assunto;
pois, com uma mão-de-obra especializada e bem empregada, faz com que as
economias de escala sejam mais abundantes e eficientes. A especialização da
mão-de-obra transcorre de diversas formas: como a prática em seu dia a dia, a
experiência de pai para filho, o conhecido savoir-faire, e o aprendizado
escolar que proporcionam conhecimentos, para que o trabalhador fique apto a uma
produção de primeira qualidade, e propicie um bom produto ao mercado
consumidor, de maneira competente em suas participações relativas é
providencial para o desenvolvimento econômico.
Não se pode
esquecer que determinado setor da economia tenha sua intensidade de capital,
como é o caso das indústrias pesadas, que lidam com um número maior de máquinas
de alta potência, e isto por definição, gera uma produtividade do trabalho
muito alta, tanto no que diz respeito ao número de trabalhadores, como ao nível
de qualificação desse pessoal. Melhores tecnologias dizem respeito à utilização
maior de conhecimento, ou qualificação dos trabalhadores do que uma intensidade
de pessoal empregado, sem qualquer grau de escolaridade; pois, maquinarias mais
novas, significam mais aprendizado, o que constitui problema de fundamental
complexidade para regiões pobres ou subdesenvolvidas, como é o caso de regiões
terceiro-mundistas que encontram na listagem das indústrias de progresso
tardio.
Por outro lado,
observa-se a questão de indústrias tradicionais que são intensivas em
mão-de-obra, constituindo-se assim numa fraca produtividade do trabalho, devido
ao grande número de trabalhadores empregados no processo produtivo, e por ser
um tipo de indústria, que por sua natureza não exige maior número de
maquinaria, portanto, somente a mão-de-obra com pouco capital resolveria a
questão da produção deste setor. Este fato não significa que não se exija uma
mão-de-obra qualificada; mas, que não seja uma qualificação do tipo de quem
participa de máquinas sofisticadas, ou de tecnologias avançadas, é que estejam
sempre inovando os seus instrumentos de trabalho, de tal forma que o material
pesado e o homem não tenham condições de trabalhar sozinhos, mas tenham a máquina
e o homem de serem colaboradores entre si.
Em muitos
estudos, nota-se a preocupação que existe entre o nível de escolaridade de um
trabalhador e a sua produção efetivamente gerada; pois, espera-se que um
trabalhador melhor preparado tenha a possibilidade de um nível maior de
produtividade, isto é verificado quando se observa em uma determinada produção,
a existência de um excedente de produto não explicado pelo processo de produção
normal. Entretanto, como exemplo, pode-se colocar que alguns países geram
produções excedentes sem o uso intensivo de capital físico; e se constatou, que
depois de melhorar o nível de escolaridade de seu povo, a produção que foi
aparecendo, foi maior, nas mesmas condições anteriores, onde não havia
implementado o sistema de educação de tal nação, isto é, houve um ganho de
produtividade não explicado pelos fatores de produção
Em resumo, a
economia industrial de qualquer país passa por todos estes parâmetros, e
constitui uma polêmica muito forte, tanto no mundo teórico, quanto no mundo
prático, considerando uma economia com baixos índices de crescimento econômico
e com pouca participação evolutiva em seu sistema econômico de transformação. É
preciso, pois, investigar as dificuldades que envolvem o parque industrial em
estudo, para verificar a atuação do capital e do trabalho na geração de sua
produção, para sentir os pontos de estrangulamento existentes, para se
determinarem as políticas necessárias ao bom funcionamento de um processo de
industrialização; e, desta forma, incentivar políticas que beneficiem os
fatores de produção, sem que haja desperdício de algum deles.
A todas estas
forças que constituem a decadência e a dependência de países pobres, deve-se a
imposição do capitalismo centralizador e o seu poder de dominação, que determinam
condições de sobrevivência de nações filiadas e isto tem levado, de maneira
clara e objetiva, a pauperização da humanidade. A força do capitalismo tem
tentado manter as posições dos países centrais, mesmo que o paternalismo
fomente o ódio e o rancor, daqueles que estão subjugados pela ditadura do
imperialismo internacional; pois, não é com a intransigência escravagista, que
se vai patrocinar o bem-estar de um povo. O well-faire econômico e
social de uma Nação se faz pela sua independência e consciência, mas nunca sob
a atuação da guerra e da usurpação.
Fonte
SOUSA, Luis
Gonzaga. A força do capitalismo. In: ENSAIO de Economia. [S.l.: s.n].
Disponível em:
<http://www.eumed.net/cursecon/libreria/2004/lgs-ens/1.htm>.
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