sábado, 22 de junho de 2013

rn: crescimento industrial

Tribuna do Norte

Pesquisa divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que a indústria de transformação – que transforma matéria-prima em bens de produção ou de consumo – cresceu menos que a indústria de uma forma geral no Rio Grande do Norte em 2011. Enquanto a indústria ‘total’ cresceu 17,8%, a de transformação cresceu 13,4%, em termos de valor de transformação industrial, que é quanto consegue agregar valor ao produto. 
Na outra ponta, a indústria extrativa, que extrai produtos da natureza, mas não muda suas características, cresceu 24,1%, quase duas vezes mais, impulsionada pela extração de petróleo e gás no RN. Segundo Ivanilton Passos, analista sênior do  IBGE no RN, a indústria de transformação cresceu menos em função da crise econômica mundial. “Essa atividade sofreu mais, porque todos os países estão com excedentes nas suas indústrias. Já a indústria extrativa sempre tem mercado”, diz.

O cenário, segundo  Sandra Cavalcanti, gerente da unidade de Economia e Estatística da Federação da Indústria do RN,  começa a mudar. A indústria de transformação potiguar já sinaliza  recuperação, embalada pela desoneração da folha de pagamento de alguns subsetores, como o têxtil e de confecções, e pela alta do dólar, que tornou as exportações mais atrativas. 

“No curto prazo, a indústria de transformação deve crescer mais, mas a situação voltará a se inverter no longo prazo”, afirma Sandra. O leilão de novos blocos de exploração de petróleo e gás, realizado em maio, renderá, segundo Sandra, novos investimentos ao estado e impulsionará a extração de petróleo e gás. “Pelo menos, é o que se espera”.

O cenário também começa a mudar para o setor no mercado de trabalho. O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, divulgado ontem pelo Ministério do Trabalho e Emprego, apontou que a indústria de transformação já demite menos no estado. O saldo de empregos, que é a diferença entre contratações e demissões, registrado pelo setor em maio de 2013 – e divulgado ontem – embora negativo, foi melhor que o registrado nos dois últimos anos.

A recuperação, no entanto, não foi forte o suficiente para impedir que o RN registrasse o quarto pior desempenho em termos de geração de emprego da década, segundo apontou o Caged. 

O grande responsável pelo mau desempenho do estado foi a construção civil, que sozinha demitiu 357 pessoas no mês passado, e também é considerada indústria. “O setor vive um período de ajuste no Brasil. Cresceu e contratou muito em 2010. As coisas agora começam a se acomodar”, analisa Sandra. Serviços e a própria indústria de transformação também contrataram menos em maio.


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