sábado, 6 de julho de 2013

Portalegre: a cobrança da taxa para transportar os estudantes é um erro. Não disponibilizar o transporte é um equívoco maior ainda

Confiram o vídeo com a reportagem da InterTV Cabugi no link a seguir:

Universitários da cidade de Portalegre sofrem com a falta de motoristas




Recebi um e-mail de um estudante universitário informando que a expectativa dos cerca de 200 estudantes portalegrenses que se deslocam para Pau dos Ferros é que a Prefeitura vai suspender o envio dos veículos.

Na verdade, o prefeito deveria era agradecer aos alunos que reclamaram da cobrança de uma taxa para ajudar no pagamento dos motoristas, antes que algo de mais grave pudesse acontecer.

A cobrança é tão esdrúxula que não se concebe qualquer justificativa para sua existência.

Já escrevi a respeito do assunto e publico novamente o texto:



A cobrança de uma taxa de R$ 15,00 de cada aluno que estuda em Pau dos Ferros deve ser imediatamente repensada.
Primeiro: o Plano de Governo do atual prefeito informa que seria objeto de discussão com a população o seguinte aspecto, dentre outros:
"c) formação dos cidadão do futuro (crianças e jovens na educação básica, fundamental, tecnológica e universitária);"
Evidentemente, quando se propõe a debater aspectos relacionados a formação do cidadão do futuro, inclusive a formação tecnológica e universitária, supõe-se a disponibilização de transporte digno para os estudantes se deslocarem para outros centros, no caso Pau dos Ferros, visto que o município de Portalegre não oferece tal possibilidade.
Ainda em relação ao Plano de Governo, tem-se na área educacional a seguinte proposta:
"Oferecer transporte escolar de qualidade para os estudantes da zona rural e urbana;"
A proposta não afirma categoricamente que se asseguraria o transporte escolar aos estudantes para Pau dos ferros, mas também não descartou tal possibilidade e quando se refere ao transporte escolar dos estudantes da zona urbana, pode-se deduzir que é para transportá-los para outros municípios, uma vez que a cidade é pequena e não existe transporte para levar os alunos que residem na cidade de casa para escola.
Segundo: a cobrança da taxa é para pagamento de motoristas? quer dizer que a prefeitura entrega veículos da frota municipal para motoristas que não são funcionários da prefeitura? A prefeitura 'terceirizou' os transportes do município para pessoas estranhas ao quadro de servidores? Que tipo de arranjo foi feito? Caso seja algo minimamente parecido com isso... Que Deus proteja a todos!!!
Terceiro: a 'caixinha' também pode ser para pagamento de hora extra, diária ou algum outro tipo de benefício previsto na legislação para os motoristas do quadro de servidores, mas aí o 'problema' é que o pagamento por fora não substitui a obrigação e a responsabilidade da própria prefeitura pagar aos servidores e a 'caixinha' perde completamente sua finalidade.
Quarto: o servidor público não pode cobrar ou receber vantagens não previstas na legislação, nem muito menos, os gestores públicos podem autorizar, chancelar ou se omitir em relação a tal prática.
Nada de proveitoso poderá 'brotar' de tal circunstância, portanto, repito o conselho inicial: repensem imediatamente tal medida.

Acrescento: o dispêndio que a prefeitura alega não ter condições de arcar é muito pequeno, principalmente, quando consideramos a causa.


O e-mail do estudante (nome preservado) ainda menciona o incrível fato de vários alunos estarem revoltados com quem denunciou a cobrança da taxa ao jornal, embora não se tenha efetivamente certeza de quem partiu a denúncia.

Após a reportagem da InterTV, confirmou-se que a 'caixinha' é para pagamento de motoristas. A alegação é que o município só tem um motorista habilitado para dirigir o ônibus e a solução foi 'entregar' um veículo oficial a pessoas que não pertencem ao quadro de servidores do município?

Que fique claro que não questiono a competência dos motoristas, mas a forma em que foram colocados em situação tão delicada.

Existe solução? a mais rápida é o encaminhamento de Projeto de Lei a Câmara para contratação temporária de motoristas enquanto se prepara o concurso.

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