terça-feira, 17 de setembro de 2013

adutora do alto oeste só funcionará a partir de dezembro

Apenas em dezembro deste ano a adutora do Alto Oeste, a única alternativa concreta para a resolução dos problemas de desabastecimento de 12 cidades da Região Oeste que estão em colapso ou à beira de um, realmente entrará em ação. Mesmo com a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), garantindo a conclusão da obra para outubro deste ano, o abastecimento propriamente dito será feito apenas em dezembro devido à necessidade de construção de uma adutora auxiliar. Isso porque o reservatório de Pau dos Ferros está seco. Ao todo o Rio Grande do Norte possui 27 municípios com problemas graves de desabastecimento, sendo 11 em colapso.

O titular da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), Leonardo Rêgo, afirmou, na edição deste último domingo da TRIBUNA DO NORTE, que será necessário pelo menos mais um mês para concluir a construção da adutora Alto Oeste. Ontem, em nova entrevista, ele confirmou a informação: “Entrei em contato com o engenheiro que coordena a obra e ele me garantiu que a obra esteja pronta em outubro”, declarou.

A Adutora Alto Oeste é dividida em duas partes: o subsistema Santa Cruz-Apodi e o subsistema Pau dos Ferros. No total a obra está 92% concluída. O problema para o abastecimento da região, está na segunda parte do equipamento, que vai de Pau dos Ferros até o município de Luís Gomes.

A Caern já administra o abastecimento nessa região, uma espécie de teste para a verificação do sistema adutor do Alto Oeste. Apesar de a obra não estar 100% concluída, “a adutora do Alto Oeste, no subsistema em Pau dos Ferros, tem Luís Gomes já abastecido como teste. O açude de Pau dos Ferros, que abastece o equipamento, está próximo do colapso, por isso proporciona uma água de baixa qualidade, quanto ao odor e cor”, de acordo com o diretor-presidente da Companhia, Yuri Tasso. Outro município já abastecido é o de Rafael Fernandes.

Essa má qualidade da água é exatamente o que empaca o acionamento da adutora já no mês que vem. A má qualidade é um indício de que o reservatório já não está num nível seguro, fato confirmado pelos relatórios da Semarh, que indicam o reservatório de Pau dos Ferros, que abastece esse subsistema, com apenas 12,96% de sua capacidade. 

Isso quer dizer que apesar da promessa de deixar tudo pronto até outubro, apenas dois meses depois é a previsão para o início do abastecimento completo via adutora Alto Oeste. Significa ao menos mais três meses de agonia para a população daquela região, que hoje tem apenas o paliativo do programa de carros-pipa ou da perfuração de poços.

“No momento a insegurança é o nível do reservatório de Pau dos Ferros”, afirmou o secretário Leonardo Rêgo. A alternativa é a construção de uma estrutura auxiliar e de resposta rápida para a população: a chamada adutora de engate rápido, projeto vindo do Ceará. A estrutura ligaria a barragem de Santa Cruz do Apodi, hoje com mais de 50% de sua capacidade, ao crítico açude de Pau dos Ferros, com apenas três meses de abastecimento garantidos pela Caern.

A Semarh espera que nesta quarta-feira a equipe técnica da Caern vá à região para fazer um estudo e elaborar o projeto no tempo previsto. “O projeto está com a Caern. Eles vão enviar para o Ministério da Integração [MI] para tentar assegurar recursos”, explica o secretário Leonardo Rêgo.

A adutora do Alto Oeste é uma obra orçada em R$ 154 milhões – R$ 54 milhões a mais do que o previsto inicialmente, se analisadas as informações no site oficial da Semarh – e quando finalizada terá 288 quilômetros de extensão, contemplando mais de 20 cidades.  Para o subsistema Santa Cruz-Apodi, a segunda parte da adutora Alto Oeste, de acordo com a Semarh, o que está faltando para sua conclusão é a energização das estações de bombeamento e tratamento do equipamento.

TN

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