sábado, 7 de setembro de 2013

RN ganha status de livre de aftosa

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Antônio Andrade, assinou ontem uma instrução normativa reconhecendo o Rio Grande do Norte e Alagoas como áreas livres de febre aftosa com vacinação – onde o vírus não circula, graças às campanhas de vacinação. Desde 2008, o RN era considerado área de risco médio, e por isso, enfrentava restrições quando queria transportar gado para outros estados. 

Os estados foram os últimos de um grupo de sete a mudar de classificação. O ministro atestou a segurança sanitária de outros cinco ao longo dessa semana: Ceará, Maranhão, Paraíba, Piauí e Pernambuco. Agora, 24 estados têm o status sanitário favorável. Deles, Santa Catarina é o único livre de aftosa sem necessidade de vacinação, desde 2007. 

Segundo o ministro, a mudança de status pode trazer mais investimentos e até novos empreendimentos para a Região. Além de derrubar barreiras fitossanitárias, o selo de ‘livre com vacinação’ também abre novos mercados para o gado e para outros produtos dos estados que deixaram de ser área de risco médio de aftosa.

Internacional

A intenção do Ministério agora é pleitear o reconhecimento internacional. Uma equipe formada por peritos da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) visitará os estados que avançaram de status em fevereiro, para certificar-se se as áreas estão, de fato, livres da doença – com vacinação. A solicitação será feita em outubro e a previsão é que o ‘selo’ internacional saia em maio de 2014. O objetivo do Brasil é obter da entidade o status de país livre da doença até 2015.

Até lá, observa o presidente da Câmara dos Deputados, deputado federal Henrique Alves, o RN terá que “cumprir exemplarmente todas as exigências do Ministério da Agricultura”. O risco de voltar a ser classificado como área de risco médio existe, confirmou o ministro Antônio Andrade, que preferiu não comentar “hipóteses que poderão não acontecer” e concentrar-se nos efeitos da nova classificação.

Efeitos que, segundo a diretora de sanidade animal do Instituto de Defesa e Inspeção Agropecuária do RN, vinculado ao governo do estado, Fabiana Lo Tierzo, só serão sentidos a longo prazo. “O selo que conquistamos derruba as barreiras fitossanitárias apenas para os animais transportados para abate”, observa. Para os outros animais, a exigência de quarentena ao sair do RN e ao entrar em outro estado permanece de pé. “E o estado não exporta gado para abate. O RN é um estado importador de gado e de carne”, acrescenta José Vieira, presidente da Federação da Agropecuária do Rio Grande do Norte (Faern).

Em entrevista concedida à TRIBUNA DO NORTE em agosto deste ano, o então secretário de Agricultura e Pecuária do RN, Júnior Teixeira, já havia feito essa observação. “A instrução normativa é importante, porque faz parte de um processo. Mas a principal mudança e os benefícios só virão em 2014, quando espera-se que a OIE certifique que o Brasil realmente é livre de aftosa”.

A governadora Rosalba Ciarlini reconheceu que o RN demorou a mudar de status e acrescentou que “não avançar de área de risco médio para área livre com vacinação seria uma vergonha para o estado”.


TN

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