domingo, 22 de dezembro de 2013

Pesquisa revela aumento no número de assassinatos nas cidades com até 100 mil habitantes

Pesquisa revela queda no número de assassinatos em São Paulo (66,6%) e no Rio de Janeiro (35,4%)

Com o objetivo de apresentar dois estudos premiados do Ipea e ainda ampliá-los com novos dados, uma entrevista coletiva no Instituto, no Rio de Janeiro, discutiu, na sexta (20), dois temas: informalidade e crime.

Ao apresentar sua tese de doutorado Causas e Consequências do Crime no Brasil, vencedora do 33° Prêmio BNDES de Economia, o diretor de Estudos e Políticas de Estado, das Instituições e da Democracia (Diest/Ipea), Daniel Cerqueira, ressaltou que a queda dos índices de homicídios em estados como São Paulo (66,6%), Rio de Janeiro (35,4%) e Pernambuco (27,5%) pode ter sido ocasionada pela implantação de políticas públicas, como a de Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs).

Entre 1980 e 2011, ocorreram mais de um milhão de homicídios no país. Foi o que salientou Cerqueira em sua fala inicial. De acordo com a sua pesquisa, nota-se que, nos últimos anos, as cidades consideradas pequenas, com até 100 mil habitantes, apresentaram aumento significativo nos índices de criminalidade. Se, em 2000, o índice médio de homicídios era de 12.2 por 100 mil, dez anos depois, essa taxa saltou para 18.6. Além disso, os locais com altos níveis de crime deixaram de se concentrar nos grandes centros do país.

Já Ulyssea, cuja tese de doutorado Essays on the Informal Sector conquistou o prêmio Haralambos Simeonidis, oferecido pela Associação Nacional dos Centros de Pós-Graduação em Economia (Anpec), traçou um panorama do mercado de trabalho informal e simulou efeitos de políticas de formalização sobre as empresas. No estudo, ele ressalta que as alternativas mais eficazes para coibir a informalidade são uma maior fiscalização e o aumento de benefícios para quem se formaliza. Ulyssea destacou que a informalidade no Brasil caiu na última década, mas continua alta.

O evento foi coordenado pelo ministro interino da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República e presidente do Ipea, Marcelo Neri. Ele comemorou a conquista dos dois principais prêmios de Economia do país e parabenizou os técnicos do Instituto. “São duas premiações da política da casa de enviar seus técnicos para a formação”, enfatizou o presidente na abertura da mesa. O Ipea permitiu que os pesquisadores se afastassem por um período para que concluíssem a formação acadêmica.

“Nunca liberamos tanta gente.”, acrescentou. Os premiados agradeceram a oportunidade concedida pelo Instituto e fizeram coro à importância do Ipea em suas formações. “Esse prêmio não é só meu. O Instituto o está recebendo junto comigo. Essa casa propicia um formidável ambiente de pesquisa a todos os técnicos e funcionários”, salientou Daniel Cerqueira.






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