piso do magistério deixa prefeitos preocupados?
Comento no final. Leiam:
Aproxima-se
o final do ano e, até o momento, não houve mudança na Lei 11.738/2008 quanto ao
critério de reajuste do piso nacional do magistério. Com isso, aumenta a
expectativa dos gestores municipais sobre o percentual pelo qual deverá ser
reajustado o piso a partir do próximo mês, ou seja, janeiro de 2014.
A
Confederação Nacional de Municípios (CNM) tinha a expectativa de que a Câmara
dos Deputados aprovasse o Projeto de Lei (PL) 3776/2008, encaminhado pelo
ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva logo após a sanção do piso dos
professores, em 2008. A medida propõe a adoção do Índice Nacional de Preços ao
Consumidor (INPC) acumulado do ano anterior como fator de atualização
monetária do valor do piso.
Outra solução seria a edição, pela Presidência
da República, de Medida Provisória com o critério intermediário sugerido pelos
governadores, que prevê o INPC acrescido de 50% do aumento real da receita do
Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos
Profissionais da Educação (Fundeb).
O critério previsto na Lei de 2008 é a variação
do valor mínimo anual por aluno dos anos iniciais do ensino fundamental urbano
do Fundeb nos dois anos anteriores à concessão do reajuste. No entanto, como a
Lei prevê reajuste anual em janeiro e a receita realizada do Fundeb a cada ano
é divulgada somente em abril do ano seguinte, o governo federal criou uma
fórmula para cálculo do índice de reajuste do piso, que considera a última estimativa
do valor aluno/ano do Fundeb nos dois anos anteriores à atualização do valor do
piso.
Ao final de cada ano, a receita do Fundeb é
estimada por portaria interministerial para o ano seguinte, com base nas
previsões de receitas constantes nos orçamentos dos entes federados. Ao longo
do exercício financeiro, por meio de novas portarias, a estimativa da receita
do Fundo vai sendo ajustada conforme a arrecadação realizada. Até que, em abril
do ano subsequente, nova portaria divulga a receita e o valor aluno/ano
consolidados do Fundeb.
Nos anos de 2011 e 2012, por exemplo, foram
emitidas três portarias com estimativas do Fundeb, antes das portarias de abril
de 2012 e abril de 2013, com os respectivos valores consolidados. Considerando
que, em 2011 e 2012, foram publicadas respectivamente em novembro e dezembro as
últimas portarias com estimativas do Fundeb e que tem se verificado queda na
arrecadação das receitas que compõem o Fundo, a CNM defende que deve ser
publicada ainda neste mês de dezembro outra portaria interministerial com novas
estimativas da receita e do valor mínimo nacional por aluno/ano do Fundeb em
2013.
Tomando-se para base de cálculo o último valor
anual por aluno estimado para 2012 (R$ 1.867,15) e a estimativa ainda em
vigência desse valor para 2013 (R$ 2.221,73), o reajuste do piso do magistério
seria de aproximadamente 19%.
O presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, destaca,
entretanto, que, devido à queda na arrecadação, deverá haver uma reavaliação.
“Uma nova estimativa do valor por aluno/ano do Fundeb, que poderá ser divulgada
a qualquer momento pelo governo federal, vai gerar um índice para o reajuste do
piso nacional dos professores que deverá ficar em percentual bem inferior ao
esperado”, afirma.
Prefeitos de cidades pequenas, cuja arrecadação
principal vem do Fundo de Participação disseram que não terão condições de
pagar o novo piso salarial sem infringir a Lei de Responsabilidade fiscal que
fixa limites para gastos com pessoal. No Rio Grande do Norte, o presidente da
Federação dos Municípios (Femurn), Benes Leocádio, disse que os prefeitos já
não tem mais “gordura” para queimar. O pagamento da folha do magistério, em
alguns casos, ultrapassa o total arrecadado pelo Fundeb. Pela lei que criou o
fundo municipal da Educação, os recursos deveriam ser usados para pagamento de
salários até o limite de 60%, enquanto o restante seria usado na manutenção das
escolas.
TN
O que existe na verdade é uma má vontade danada de
diversos prefeitos com a obrigatoriedade de pagar o piso salarial dos
professores.
Vivem com um discurso repetitivo e inconsistente de
que as prefeituras não tem como arcar com o pagamento do piso salarial. Se for,
realmente, esse o motivo, então porque não demonstram tal situação ao MEC e
pedem complementação de recursos para bancar o pagamento dos professores,
conforme dispõe a própria lei que instituiu o piso?
Ora prefeitos... Inventem outras.
A crise existente é proveniente da redução de receitas (ocasionada pela crise econômica
e pelas isenções tributárias concedidas pelo governo federal), mas,
principalmente, pelo crescimento das despesas correntes dos municípios.
Para não alongar muito o texto, cito apenas uma: é
fabuloso o montante de recursos que as prefeituras têm destinado para aquisição
de combustíveis. Creio que em algumas situações a folha de pagamento do magistério
é menor que os desembolsos com combustíveis durante o ano.
Aguenta coração.
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