segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

rn: o flagelo das dorgas. A interiorização do tráfico mudou a rotina dos potiguares.

Cena um: policiais chegam atirando para cima. O estampido e gritos dos agentes de segurança pública rasgam o silêncio do meio dia e causam alvoroço entre a população. Curiosos e assustados, dezenas ocupam as calçadas. Todos querem saber quem será preso. Com algemas no pulso, agitada, a mulher detida ameaça uma vizinha: “Já morreram três, para morrer mais uma não falta nada”.
Júnior SantosEm 2013 foram apreendidas quase três toneladas de drogas no RNEm 2013 foram apreendidas quase três toneladas de drogas no RN

Cena dois: um dia antes, a quase 300 quilômetros dali, uma jovem é presa com quase três quilos de droga na bolsa. Depois de receber uma denúncia anônima, policiais do Grupo Tático Operacional (GTO) cercaram o táxi onde a moça estava e efetuaram a prisão. No dia seguinte, na mesma cidade, a polícia apreendeu mais cinco quilos de drogas – maconha e crack – em posse de uma adolescente. 

Há alguns anos, as cenas relatadas acima não faziam parte do cotidiano daqueles que moram longe dos grandes centros urbanos. No Rio Grande do Norte, drogas e violência exacerbada estavam praticamente restritas à capital e cidades de maior porte. Não é mais assim. A interiorização do tráfico mudou a rotina dos potiguares. Seja na capital ou interior, o medo de ser a próxima vítima da violência divide espaço com o desespero dos familiares daqueles que perderam a luta contra as drogas.

TN

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