A postagem logo abaixo reproduz a matéria do Fantástico de ontem sobre a forma como inúmeros parlamentares conquistam mandatos no Brasil.
O retrato não é bonito, não é animador, mas, infelizmente, não é distante da realidade.
E por aqui? É bem pior. Temos um oligopólio político e com direito a sucessão familiar.
Deputados e demais políticos (existem exceções) mantêm uma enorme estrutura institucional (entidades sem fins lucrativos), apoiadores e cabos eleitorais a soldo e aparelhamento de sindicatos.
A estrutura, em alguns casos, envolvem a criação e o domínio de entidades do terceiro setor especializadas na "prestação de serviços à comunidade".
Os recursos para manutenção das estruturas do terceiro setor são provenientes de emendas dos próprios parlamentares, das benesses conquistadas junto ao poder público em virtude do prestígio que o parlamentar pode emprestar aos governantes, dos laços que estabelecem no cenário político, enfim, criam-se mecanismos de financiamento (dinheiro público) para realizar serviços (saúde, educação, assistência social, etc.) que possam render dividendos eleitorais (e também econômicos).
São tantos os exemplos que nem é necessário apresentar um ou outro. É só olhar para a entidade social existente em seu município e, imediatamente, encontrará um grupo político (em boa parte dos casos comandados diretamente por familiares) que comanda a instituição.
É uma prática tão comum que nem merece atenção dos órgãos de controle externo, mas indispensável para a sobrevivência política de muitos.
A outra modalidade bastante utilizada por candidatos em nosso estado é a cooptação direta de apoios. Quem já tem mandato (por exemplo, deputado) cria uma rede de apoiadores, quase sempre passando pela indicação para algum cargo de assessoria parlamentar e, nos casos de parlamentares que apoiam o governante do momento, impulsiona-se sua capacidade com a indicação de inúmeros ocupantes de cargos comissionados.
Ainda existe uma terceira vertente (também pouco democrática) que é o aparelhamento de sindicatos. A partir do estabelecimento do controle por militantes (cabos eleitorais) se estabelece a agenda do político e seus interesses, mesmo que em detrimento da categoria representada.
Mas, acredito, que as duas modalidades iniciais têm um potencial mais destrutivo, além de bloquear o aparecimento de novas lideranças.
Não tenho dúvida de que a sucessão familiar nas engrenagens montadas é o único caminho para salvaguardar os interesses econômicos e eleitorais (quase nada tem relação com um suposto DNA político) de intrusos e, por isso mesmo, temos uma política comandada pelos mesmos sobrenomes.
Digladiam-se, separam-se, para, novamente, juntarem-se e continuarem sorvendo o doce néctar dos cofres públicos. Alimentam-se de uma mega-estrutura erguida à míngua da prestação de bons serviços a sociedade e ainda se apresentam como novidades, como portadores de boas novas, de novos tempos...
Eis o "monstro" que nos espreita e comanda.
Para aqueles que ainda têm dúvidas de como caminha o nosso RN, esforcem-se em apontar um mísero exemplo de alguma novidade política, com viabilidade eleitoral, que não se encaixa no perfil acima.
O nosso futuro? Mais do mesmo!
Com um complicador: a plebe será cada vez mais indócil...
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