Mais uma eleição se aproxima e os expedientes utilizados para
conquistar os votos continuam os mesmos. A mudança que ocorreu foi apenas de
escala: a cada eleição a coisa fica mais imoral.
Propostas? Que nada. Apenas algumas mentiras alinhavadas de última
hora para enganar incautos.
O exemplo vem de cima: dos três principais candidatos a
presidência, apenas a candidata do PSB, Marina Silva, registrou um Programa. Os
outros dois: Dilma e Aécio nem se deram ao trabalho de apresentar seus
programas. Os três e os demais candidatos com menos espaço na propaganda
eleitoral nos brindaram com um amontoado de cretinices inventadas por
marqueteiros.
Dilma parece o papagaio do João Santana. Aécio e Marina também
falam as “verdades” que as pesquisas qualitativas sugerem. Parecem bonecos
guiados por controle remoto.
Candidatos fracos, propostas contraditórias, mistificações,
enganações, mentiras e ilusões: eis o que as eleições nos oferecem como opções.
Isso é tudo? Antes fosse.
Os candidatos aos demais cargos conseguem ser ainda mais bisonhos.
No RN, temos um candidato envolto em especulações sobre sua
participação (ou não) num esquema bilionário que tomou de assalto a Petrobras. Diz que é
o candidato da mudança. Pode até ser mesmo, afinal somos pródigos em sempre
conseguir piorar o que já é muito ruim.
O outro, com alguma chance de vencer, só repete que é o candidato
que não é do “acordão”. Tem como plataforma eleitoral a negativa de ser parte
do outro grupo. Aí a história recente coloca todos nos mesmos balaios em
eleições passadas.
Isso é tudo? Antes fosse.
Temos nesta eleição (nas outras também) o mercadão do voto. Diga-se
que a mercadoria é barata, vendida a luz do dia e/ou trocada por
quinquilharias. O festim é “animado” por musiquinhas de péssimo gosto e com som
nas alturas. É o “batidão” da corrupção.
Conseguimos regredir em relação ao costume indígena de aceitar
presentes baratos dos portugueses em troca de colaboração.
Agora, eleitores se oferecem avidamente para fazer jus a quaisquer “benefícios”.
Quem quis assistir ao espetáculo deprimente viu tudo de camarote.
Em qualquer movimentação política era só se posicionar, por
exemplo, em frente a um posto de gasolina e esperar a moganga.
Eleitores com carros e motos, devidamente caracterizados,
esbaldando-se com três, cinco, dez litros de combustível. Animação total. Burrice
explícita. Crimes sem castigo.
Pararam para pensar de onde veio o dinheiro para bancar tamanha
generosidade? Que nada. Isso é coisa para otário.
Os vendilhões de votos num tão nem aí.
E os compradores?
Nos comícios arrotaram honestidade, apresentaram-se como vestais,
apontaram os “outros” como malfeitores. Deprimente.
Conclusão: temos os políticos e os serviços públicos que merecemos.
É a sinergia estabelecida entre os compradores vagabundos de votos (CVV)
e os vendilhões vagabundos de votos (VVV).
O ambiente institucional em frangalhos ainda resultará em algo nada
auspicioso para essa “nação do futuro”.
E quem se importa?
Domingo ascenderão ao poder mais uma “corja” de mentecaptos.
Em tempo:
Os políticos e os eleitores honestos são minoria, mas
existem. Felizmente. A barbárie seria ainda maior acaso não existissem.
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