sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Operação Candeeiro: Delator diz que 'esquema de desvios' começou em 2011

O ex-chefe do diretório financeiro do Idema, Clebson José Bezerril,  afirmou nesta sexta-feira (19), em depoimento ao juiz Guilherme Newton Pinto, da 6ª vara criminal de Natal, que os desvios apurados pela Operação Candeeiro, do Ministério Público, são mais antigos que o período apontado pelas investigações, entre 2012 e 2013. Segundo o inquérito inicial, a operação aponta desvios de R$ 19 milhões.
De acordo com ele, os desvios realizados através de ofícios que eram entregues ao Banco do Brasil para liberar recursos a empresas que participavam do esquema, começou ainda entre 2011 e 2012. Ao todo, ele estima que o esquema desviou mais de R$ 30 milhões. 
Clebson José Bezerril afirmou ter acumulado mais de R$ 2 milhões com o esquema, entre casas e carros de luxo.
Durante a abertura da audiência de instrução, onde eram previstos depoimentos de 15 réus, advogados de sete pediram a suspensão dos depoimentos por só terem acesso à delação premiada na manhã de hoje (19).
Após o depoimento, a defesa de pelo menos três réus informaram que seus clientes poderiam conceder depoimento, uma vez que não viram prejuízo das informações concedidas.

NOVO JORNAL
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A possibilidade que a prática de desvios seja bem mais antiga é enorme. Apenas um elemento para consideração: a insistência de políticos para fazerem indicações para os cargos de chefias de órgãos de fiscalização sempre teve um propósito "superior". Só não enxerga quem não quer. Fosse apenas para aplicar multas, certamente, nenhum político gostaria de indicar alguém para absolver o desgaste, certo?

Um simples levantamento das contas vinculadas ao IDEMA nos últimos dez anos já seria suficiente para dimensionar os desvios. É provável que a estimativa do delator (R$ 30 milhões) ainda seja modesta para tamanha facilidade na operação do esquema.

Outro aspecto que parece evidente é que a prática não deve ter ficado restrita ao IDEMA. Tanta facilidade, certamente, serviu de estímulo para difusão das práticas para outros órgãos da administração.

Por fim, a desenvoltura dos operadores é um forte indício que existiam pessoas influentes dando sustentação e blindagem aos 'rapazes' do IDEMA. Na verdade, o advogado do principal suspeito já deixou evidente que a chefia do esquema era mais acima e que políticos estariam envolvidos. Creio que o MP já tem ciência disso e elementos suficientes para ir mais fundo nas investigações. 

Parece tão óbvio!

Existiria algum nexo entre a "Operação Candeeiro" e a "Operação Dama de Espadas"?

Leia:

OPERAÇÃO CANDEEIRO: PARECE QUE O "BABY REINALDO" APRENDEU DIREITINHO...


O modus operandi identificado na "Operação Candeeiro" tem alguma similaridade com o que ocorreu no IPEM-RN?

Leia:
A impressão que se tem não é nada boa. Parece que não existe controle interno. Parece que o controle externo não consegue "enxergar" operações em "contas fictícias" que movimentaram milhões em curto espaço de tempo.

Como isso foi possível?

Inserir servidor fantasma em folha de pagamento parece mais fácil que bater em bêbado. Vide: gafanhotos, dama de espadas, pecado capital...

Locação de veículos parece algo que corre frouxo também. Vide: pecado capital, candeeiros...

Parece-me que a corrupção está entranhada na administração pública e o modus operandi bem nítido.

Parabéns aos membros do MPRN e ao Magistrado que lançaram alguns fachos de luz sobre a treva existente.

A explicação para o colapso dos serviços públicos e a escassez de recursos para custear as ações lícitas da administração estão a céu aberto, mas não creio que por estas bandas já estejam presentes as condições para se passar o RN a limpo, como diria Casoy.

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