sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

PORTALEGRE: Educação não é prioridade!

A prefeitura de Portalegre tem uma situação fiscal bem melhor do que a do governo: recursos em caixa e no último ano conseguiu reduzir as despesas com a folha de pagamento.

Enquanto o governo encaminhou projeto de Lei para a Assembleia concedendo o reajuste estabelecido pelo MEC (11,36%) para os professores (aprovado pelos deputados), tem-se um quadro bem diferente para os servidores da educação portalegrense.

O Núcleo portalegrense do Sindicato da Educação já promoveu duas rodadas de negociações com o prefeito, mas não conseguiu convencer o gestor da importância do reajuste de 11,36%.

Nunca é demais relembrar que os professores já acumulam perdas superiores a 30% desde a gestão anterior.

Também é necessário mencionar que a educação foi o único setor da administração que melhorou o desempenho, conforme o IFDM que apontou Portalegre em situação melhor do que apenas dois municípios potiguares (Antônio Martins e Governador Dix-Sept Rosado).

O exemplo do governo estadual não deixa margem para dúvida: a LRF não impede o cumprimento da Lei que estabelece o Piso Salarial Nacional para os professores. A questão é de prioridade e vontade política.

Em Portalegre, não se pode negar a realidade, a preferência é por acumular recursos em caixa para fazer obras, como um estádio de futebol e readaptar o que deveria ser um Hospital para um novo Centro Administrativo.

A preferência por tais obras e o menosprezo ao direito dos professores são ilustrativos do rumo adotado pela gestão municipal e é com tristeza que constato o afastamento do prefeito Neto da EMATER de suas origens.

Como gestor, no primeiro mandato, colocou Portalegre na rota do turismo regional, além disso, tinha como marca o incentivo ao associativismo e o fortalecimento da agricultura familiar.

Agora, no último ano do segundo mandato, concluiu um pórtico e se arrasta para concluir uma reforma de um mirante. Taxar tais iniciativas como modestas para fomentar o turismo já é um elogio.

A agricultura familiar e o estímulo ao associativismo viraram pó, exceto quando surge alguma oportunidade para captação de recursos a fundo perdido de outras instâncias, pois com recursos próprios praticamente nada foi feito e até a cajucultura entrou em declínio (e não digam que é culpa da seca sem antes pesquisar o volume de chuvas ocorrido na serra nos últimos anos).

Lamento que o esforço para juntar dinheiro tenha se dado em detrimento da valorização dos servidores da educação e das iniciativas para fomentar a geração de emprego e renda, especialmente, no turismo e agricultura familiar.

Não tenho nada contra o novo estádio de futebol, nem contra os gabinetes novos para o prefeito e seus secretários, mas é evidente que tais prioridades vão aumentar os gastos de custeio, principalmente, com o estádio e tais desembolsos, certamente, seriam suficientes para pagar o salário justo para os servidores da educação.

Guardadas as devidas proporções, tem-se que a gestão portalegrense incorreu no mesmo erro de Wilma e Rosalba que priorizaram a construção de um estádio de futebol e deixaram como herança o custeio do “elefante branco” para o povo. O desembolso anual, mais de R$ 100 milhões, seria suficiente para cobrir os reajustes dos servidores estaduais que não tiveram seus direitos respeitados.

Acredito que o custeio anual do novo estádio e dos novos gabinetes seria suficiente para garantir o reajuste de 11,36% para os professores portalegrenses.


Cada governo tem sua marca e a do segundo mandato de Neto da EMATER será bem diferente da primeira.

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