terça-feira, 10 de maio de 2016

CONSULTORIA DA FGV NÃO FARÁ SUGESTÕES DE CORTES DE DESPESAS

A excelência da FGV é reconhecida, mas na prestação de serviço quem indica o objeto é o CONTRATANTE. Quem paga a conta indica o que deseja.

No caso, o contratante é a Assembleia do RN, comandada por Ezequiel Ferreira, portanto, não fiquei surpreso com o anúncio da FGV de que o serviço que realizará na ALRN não irá sugerir alterações na quantidade de cargos comissionados.

A “reforma administrativa” e o “planejamento estratégico” são expressões cunhadas pelos dirigentes da Casa Legislativa para justificar e explicar tudo, mas que, na prática, são apenas evasivas.

São expressões vazias, descoladas de atos verdadeiramente moralizadores. Para não dizer que nada foi feito, tentou-se, ao longo do processo, minimizar o descalabro. Tentou-se remendar com cuspe (saliva) o vexame que clamava por soluções firmes, corajosas e republicanas.

Nunca tive ilusões.


O plano de trabalho da FGV durará quatro meses e o serviço custará R$ 940 mil. São R$ 235 mil por mês.

De acordo com Ezequiel a FGV vai “redimensionar a Casa Legislativa”. O quê? Vai dimensionar outra vez. Isso quer dizer que absolutamente nada garante que o novo dimensionamento será melhor do que o dimensionamento existente.

O deputado diz que o serviço da FGV promoverá “correções de rumos” na Assembleia. O quê? Nada impede que o novo rumo seja tão torto quanto o atual. A primeira impressão não foi boa.

Ezequiel disse também que, a partir da contratação da FGV, a Assembleia cumprirá o dever constitucional de “legislar, fiscalizar e julgar”. O quê? Realmente é uma confissão surpreendente, mas o mea culpa deve ficar circunscrito à gestão de Ezequiel (se ele diz que foi necessário contratar a FGV para que a ALRN, em sua gestão, consiga “legislar, fiscalizar e julgar”... Quem negará?).

Mas o que prever o Plano de Trabalho?

Mês 1: Diagnóstico situacional.

A FGV vai apresentar a Ezequiel e seus pares a situação da ALRN. Isso sugere que o desmantelo é tamanho que os responsáveis pela gestão administrativa da Casa simplesmente não são capazes de conhecer a situação.

Preste atenção. Não é uma auditoria para apurar irregularidades, apontar responsabilidade... Nada disso. É para descrever a situação. Quem sabe o trabalho não conclua que a situação seja razoavelmente satisfatória?

Para informar aos deputados a situação da ALRN a FGV receberá R$ 235 mil.

Mês 2: Elaboração da reforma administrativa

A FGV ‘desenhará’ a estrutura administrativa ‘ótima’ para a ALRN. Fará isso sem reduzir o número de cargos comissionados. Fará uma reestruturação sem reestruturar. Fará mudanças sem mudar. Reformará sem reformar. É uma façanha. Para isso receberá R$ 235 mil.

Mês 3: Elaboração do Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos (PCCV)

Os servidores da ALRN, com estrelas do mundo jurídico, não são capazes de elaborar um simples PCCV? Que tal um pedido de desculpas a população potiguar? Talvez um pedido de exoneração coletivo? A contratação da FGV para elaborar o PCCV deixará evidente a incapacidade do quadro técnico. A atitude do presidente expõe o quadro de servidores à execração pública.

A FGV receberá R$ 235 mil para elaborar o PCCV da ALRN.

Mês 4: Elaboração de minutas e resoluções

A FGV receberá R$ 235 mil para elaborar minutas e resoluções. Minutas e resoluções? Nem atos de tal natureza são capazes de elaborar?


É um vexame!!!

Nenhum comentário:

Postar um comentário