A excelência da FGV é
reconhecida, mas na prestação de serviço quem indica o objeto é o CONTRATANTE. Quem
paga a conta indica o que deseja.
No caso, o contratante é a
Assembleia do RN, comandada por Ezequiel Ferreira, portanto, não fiquei
surpreso com o anúncio da FGV de que o serviço que realizará na ALRN não irá
sugerir alterações na quantidade de cargos comissionados.
A “reforma administrativa” e
o “planejamento estratégico” são expressões cunhadas pelos dirigentes da Casa
Legislativa para justificar e explicar tudo, mas que, na prática, são apenas
evasivas.
São expressões vazias,
descoladas de atos verdadeiramente moralizadores. Para não dizer que nada foi
feito, tentou-se, ao longo do processo, minimizar o descalabro. Tentou-se
remendar com cuspe (saliva) o vexame que clamava por soluções firmes, corajosas
e republicanas.
Nunca tive ilusões.
O plano de trabalho da FGV
durará quatro meses e o serviço custará R$ 940 mil. São R$ 235 mil por mês.
De acordo com Ezequiel a FGV
vai “redimensionar a Casa Legislativa”. O quê? Vai dimensionar outra vez. Isso quer
dizer que absolutamente nada garante que o novo dimensionamento será melhor do que o dimensionamento existente.
O deputado diz que o serviço
da FGV promoverá “correções de rumos” na Assembleia. O quê? Nada impede que o
novo rumo seja tão torto quanto o atual. A primeira impressão não foi boa.
Ezequiel disse também que, a
partir da contratação da FGV, a Assembleia cumprirá o dever constitucional de “legislar,
fiscalizar e julgar”. O quê? Realmente é uma confissão surpreendente, mas o mea culpa deve ficar circunscrito à gestão
de Ezequiel (se ele diz que foi necessário contratar a FGV para que a ALRN, em
sua gestão, consiga “legislar, fiscalizar e julgar”... Quem negará?).
Mas o que prever o Plano de
Trabalho?
Mês 1: Diagnóstico
situacional.
A FGV vai apresentar a
Ezequiel e seus pares a situação da ALRN. Isso sugere que o desmantelo é
tamanho que os responsáveis pela gestão administrativa da Casa simplesmente não
são capazes de conhecer a situação.
Preste atenção. Não é uma
auditoria para apurar irregularidades, apontar responsabilidade... Nada disso. É
para descrever a situação. Quem sabe o trabalho não conclua que a situação seja
razoavelmente satisfatória?
Para informar aos deputados a
situação da ALRN a FGV receberá R$ 235 mil.
Mês 2: Elaboração da reforma
administrativa
A FGV ‘desenhará’ a
estrutura administrativa ‘ótima’ para a ALRN. Fará isso sem reduzir o número de
cargos comissionados. Fará uma reestruturação sem reestruturar. Fará mudanças
sem mudar. Reformará sem reformar. É uma façanha. Para isso receberá R$ 235 mil.
Mês 3: Elaboração do Plano
de Cargos, Carreiras e Vencimentos (PCCV)
Os servidores da ALRN, com
estrelas do mundo jurídico, não são capazes de elaborar um simples PCCV? Que tal
um pedido de desculpas a população potiguar? Talvez um pedido de exoneração
coletivo? A contratação da FGV para elaborar o PCCV deixará evidente a
incapacidade do quadro técnico. A atitude do presidente expõe o quadro de
servidores à execração pública.
A FGV receberá R$ 235 mil
para elaborar o PCCV da ALRN.
Mês 4: Elaboração de minutas
e resoluções
A FGV receberá R$ 235 mil
para elaborar minutas e resoluções. Minutas e resoluções? Nem atos de tal
natureza são capazes de elaborar?
Nenhum comentário:
Postar um comentário