O crescimento das exportações de melão ultrapassou a
barreira dos 200% no Rio Grande do Norte, entre janeiro e agosto, na comparação
com o mesmo período de 2016. Com o resultado e a queda de produção dos
concorrentes diretos, o estado também se tornou responsável por 95,9% de toda a
venda da fruta para o mercado externo.
Os
dados são do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços. Ao longo do
ano passado, o estado já liderava o setor, mas era responsável por cerca de 50%
das exportações das frutas frescas para fora do país, com US$ 75,3 milhões
comercializados. O vizinho Ceará contava com outros 47% do mercado, com vendas
de US$ 70,8 milhões.
Entre
janeiro e agosto o RN comercializou US$ 47 milhões. Parece pouco, diante dos
US$ 100 milhões estimados para o ano, mas existe explicação. De acordo com o
empresário Luiz Roberto Barcelos, maior produtor do país e presidente do Comitê
Executivo de Fruticultura do RN, a produção se torna mais intensa a partir de
setembro, até janeiro. "Neste período do ano, apenas o Brasil fornece as
frutas para o mercado Europeu, que é o maior consumidor", revela.
O mercado externo, ainda de acordo com
Luiz Roberto Barcelos, consome 50% da produção nacional do melão. Apesar de não
ter grandes variações positivas, ele considera que essa fatia é mais estável,
ao contrário do mercado interno.
Para o empresário, a explicação sobre o aumento da
participação potiguar nesse setor é uma, principalmente: a oferta de água. Após
seis anos de seca, o recurso é cada vez mais raro no Nordeste. O RN não é exceção.
Dos 167 municípios, 153 estão em situação de emergência decretada. Mas o
empresário afirma que o estado ainda tem água em abundância no subsolo, no
aquífero da Chapada do Apodi.
"Por
causa da questão hídrica, as fazendas do Ceará vieram para o Rio Grande do
Norte, que tem disponibilidade de água", explica. A produção cearense caiu
95% no mesmo período entre janeiro e agosto.
O
empresário argumenta que a oferta do aquífero é suficiente e garante a
exploração para muitos anos. "O estado é pobre. Um dos que tem maior
desemprego no Brasil. É melhor estar produzindo do que ficar sentado sobre o
aquífero sem fazer nada", comenta.
Comento: quando a reserva do aquífero não atender mais aos interesses dos produtores, simplesmente, irão embora como fizeram no Ceará.
Com
a ampliação do setor no RN, cerca de 25 mil potiguares estão empregados no
setor. Outra vantagem para o estado é o recolhimento de impostos.
Destino
Europa
Os principais destinos do
melão brasileiro são os Países Baixos (Holanda), com 33%, Reino Unido (32%),
Espanha (27%) e Itália (2,7%). O produto também chega aos Emirados Árabes, além
de países da América do Norte e América Latina.
A produção frutífera é escoada
principalmente pelos portos de Natal e do Ceará. Segundo Barcelos, a estrutura
portuária ainda é um dos gargalos do setor. Ao deixaram o estado nos navios, as
frutas levam cerca de 10 dias para chegarem aos destinos europeus.
G1RN
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