O Superior Tribunal de Justiça autorizou nesta
segunda-feira (13) a abertura de um novo inquérito contra o governador do Rio
Grande do Norte, Robinson Faria (PSD),
em um desdobramento da Operação Anteros. O
Ministério Público Federal vai investigar o chefe do Executivo estadual pelos
crimes de usura, peculato, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
A
decisão monocrática do ministro Raul Araújo, relator da ação penal número 880
(que apura obstrução de Justiça), determina que a Polícia Federal colha
depoimento de 12 ex-servidores da Assembleia Legislativa do Estado.
A
Assembleia também será notificada para enviar cópia dos atos de investidura e
desinvestidura desses servidores nos cargos ou funções e informações sobre
pagamentos recebidos por eles.
Na
última sexta-feira (10), o ministro havia rejeitado o pedido
que o MPF fez para afastar o governador das suas funções e
impedir o acesso dele tanto à sede do Governo, bem como à Assembleia, além de
entrar em contato com outros investigados.
O ministro aponta na decisão que o inquérito "é um
desdobramento da denominada Operação Anteros, executada em cumprimento a
medidas de busca e apreensão e prisões temporárias deferidas nestes autos, com
a finalidade de apurar o cometimento de obstrução da Justiça, mas, cujo
material apreendido teria revelado indícios de outras práticas criminosas".
Por meio de nota assinada pelo advogado José Luis
Oliveira Lima, a defesa do governador afirmou que Robinson Faria sempre pautou
a sua atividade política pela ética e correção e "está à disposição das
autoridades para prestar todos os esclarecimentos devidos e comprovar a lisura
de seus atos".
Também
por meio de nota, a Assembleia Legislativa do RN afirmou apenas que ainda não
foi notificada oficialmente sobre o pedido de informações de servidores feito
pelo STJ.
A Operação Anteros foi deflagrada no
dia 15 de agosto para apurar suposto crime de obstrução da Justiça por
parte do governador Robinson Faria (PSD) e assessores deles. Na ocasião, além
do cumprimento dos mandados de busca e apreensão, foram presos temporariamente
Magaly Cristina da Silva e Adelson Freitas dos Reis, assistentes de confiança do
governador. Essa operação já era um desmembramento da Operação Dama de Espadas,
que investigou desvios de recursos da Assembleia Legislativa do RN no período
em que Robinson era presidente da Casa.
Ré
no caso, a ex-procuradora da ALRN, Rita das
Mercês, fechou acordo de delação premiada e afirmou ao MPF que o governador era
beneficiário do esquema, recebendo cerca de R$ 100 mil por mês.
Ainda de acordo com Rita das Mercês e seus filhos, Robinson e seus assessores
tentaram comprar o silêncio da família.
G1-RN
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