segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

O QUADRO FISCAL POTIGUAR

Publicado em 14-01-2019

O cenário foi apresentado pelo secretário estadual de planejamento no início de 2018.

Alguns dados:
- Comportamento das receitas (2017 x 2016)
2016: R$ 9.943.610.377,64
2017: R$ 9.787.872.678,99
Redução de 1,57% 

No período as receitas próprias cresceram 2,49%, já as transferências da União caíram 7,74%

A folha bruta do RN teve um crescimento de +23,45% quando comparada de janeiro de 2015 para novembro de 2017, decorrente do explosivo crescimento das despesas previdenciárias. 

Observa-se o crescimento significativo da folha de inativos e pensionistas, a qual, em novembro de 2017 é +78,61% maior do que aquela paga em janeiro de 2015. 

Já a folha dos servidores ativos em novembro é -6,75% menor do que aquela paga em janeiro de 2015.

Servidores
Jan/2015
Nov/2017
Variação absoluta
Variação %
Ativos
65.490
53.677
-11.813
-18,04%
Inativos e pensionistas
38.285
51.072
12.787
33,40%

A deterioração dos serviços públicos no RN também é proveniente da redução da força de trabalho. O governo não realiza concurso para reposição do quadro, sobrecarregando ainda mais os servidores que permanecem em atividade e reduzindo a base de servidores que contribuem para a previdência estadual.

Prioriza-se a terceirização (segurança patrimonial, limpeza, motoristas, etc.) e a compra de serviços privados (cooperativas médicas, etc.) e o resultado é a drenagem de recursos públicos para garantir a lucratividade de alguns poucos grupos privados.

Saliente-se também que os servidores públicos que estão passando para a inatividade contribuíram ao longo de suas carreiras para a previdência estadual. Era algo previsível e a obrigação dos diversos governos era gerir adequadamente a autarquia estadual que cuida da previdência.

Cadê o dinheiro das contribuições?

A resposta é simples: os diversos governos foram, no mínimo, relapsos na gestão da previdência. Agora que gastaram as reservas previdenciárias (basta lembrar os saques feitos pelos governos de Rosalba e Robinson dos recursos do IPERN) apontam os servidores como culpados pela situação.

O governo afirma que: “Além dos 11% do servidor e dos 22% patronal, o executivo aporta mais de R$ 110 milhões mês para cobertura do déficit previdenciário.” E que a despesa com aposentados e inativos aumentou 160,7% de janeiro de 2014 para janeiro 2017.

A despesa previdenciária mensal já é maior que a folha de servidores ativos.

O governo aponta um déficit mensal de R$ 108 milhões, cerca de R$ 1,3 bilhões por ano.

Observem a aproximação do montante repassado mensalmente para cobrir o déficit mensal da previdência e o déficit total mensal.

É um indicativo claro do caminho que se deseja trilhar para se proceder o 'ajuste' fiscal: aumentar a alíquota de contribuição de 11% para 14% dos servidores ativos, aumentar a contribuição dos inativos e ampliar a base de contribuintes inativos.

No período de 2010 a 2018 o orçamento geral do Estado cresceu na ordem de 53%, enquanto o orçamento dos Poderes e Órgãos, no mesmo período, cresceu 110%.

Em 2010: R$ 733.815.000,00
Em 2018: R$ 1.542.560.000,00

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