PUBLICADO EM 24-01-2019
Ezequiel, presidente da Assembleia legislativa, tucano 'rebelde' que deseja 'pactuar' com o PT potiguar tá nem aí para a decisão do TCE-RN.
Matéria do G1-RN. Comento em azul.
LEIA:
Quase dois meses após fim de prazo, Assembleia
Legislativa do RN não cumpre determinação do TCE de demitir comissionados
Determinação previa a demissão de mais de 1 mil servidores comissionados. Em julho de 2018, AL tinha 1.667 comissionados. Em dezembro, 1.613. Corpo técnico do Tribunal de Contas prepara relatório para conselheiro responsável pelo processo.
Passados
quase dois meses após o fim do
prazo estabelecido pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) para a Assembleia Legislativa do Rio
Grande do Norte (ALRN) demitir mais de mil servidores comissionados, a medida
não foi atendida. A determinação dos conselheiros de contas aconteceu para que
Poder Legislativo se adequasse à regra de proporcionalidade, que prevê que um
órgão público não deve ter mais servidores comissionados que efetivos.
De Ezequiel para o TCE:
"Tô nem aí, tô nem aí
Pode ficar com seu mundinho
Eu não tô nem aí
Tô nem aí, tô nem aí
Não vem falar dos seus problemas
Que eu não vou ouvir" (trecho da música de Luka: "Tô nem aí").
Observem: foi uma DETERMINAÇÃO. Bem que Ezequiel poderia emitir uma nota de esclarecimento para fingir que tem alguma consideração com as decisões do TCE... Poderia fingir e dizer que estava fazendo um 'planejamento estratégico'... Mas, nem aí.
É verdade que do outro lado, depois de dois meses de prazo vencido, o TCE também num deu um pio.
Essa proporção era de três servidores comissionados para cada
efetivo na Assembleia. Em julho, quando houve a determinação do TCE, a AL tinha
1.667 cargos em comissão e 544 servidores estatutários. O TCE determinou que
esse número fosse igualado. Ou seja, ou a Assembleia teria que contratar mais
servidores efetivos, ou demitir 1.124 comissionados.
Caso a alternativa descabida de contratar mais efetivos para manter o número abusivo de comissionados seja possível...
Segundo
dados colhidos pelo G1 no
Portal da Transparência, no mês de dezembro de 2018, a Assembleia pagou
salários a 1.613 comissionados nomeados na Casa, apenas 54 a menos do que em
julho do mesmo ano, mês da determinação do TCE.
O prazo
estabelecido foi de 120 dias, ou seja, quatro meses, com multa diária de R$ 2
mil para o presidente da ALRN em caso de descumprimento. Como a ALRN foi
notificada oficialmente no dia 31 julho, o prazo acabou no início de dezembro.
O fim do prazo completa dois meses justamente no dia da posse da nova
legislatura, no próximo dia 1º de fevereiro.
Vai aplicar a multa? E se aplicar, vai cobrar?
Comissionados
seguem na ALRN
Procurada para falar sobre a determinação, a Assembleia
Legislativa enviou uma nota em que disse apenas que "medidas administrativas
estão sendo tomadas e acompanhadas pelo Tribunal de Contas do Estado do Rio
Grande do Norte".
De
acordo com a assessoria do TCE, o processo está com o corpo técnico do
tribunal, que está avaliando o cumprimento das medidas determinadas pelos
conselheiros.
O G1-RN numa simples checagem no portal da transparência conseguiu a informação fundamental. O presidente da ALRN tá nem aí para a DETERMINAÇÃO do TCE-RN.
E o 'corpo técnico' ainda não conseguiu? Atenção pessoal: cole e copie a reportagem do G1.
Os técnicos vão produzir um relatório para informar o conselheiro
Carlos Thompson, relator do processo, sobre o que foi cumprido pelo
Legislativo. Não há um prazo para a entrega do relatório.
Atenção conselheiro: em benefício da sociedade e da preservação de um mínimo de respeito ao TCE tome uma providência.
É a ação ou a desmoralização?
Indícios
de irregularidades
A determinação do Tribunal de Contas partiu após a apreciação da
auditoria feita pelos técnicos do TCE sobre o quadro funcional e as despesas
com pessoal na Assembleia.
Os
técnicos identificaram indícios de irregularidades e o Ministério Público de
Contas propôs medidas cautelares visando acabar com os problemas. A demissão de
comissionados é uma delas. O levantamento apontou que os cargos de comissão
ocupavam 75,40% do total de servidores. O TCE quer que essa proporção seja de,
no máximo, 50%.
Essa proporção já é acintosa, um chefe para cada efetivo. Imaginem o que vem sendo entubado pelo controle interno, pelo controle externo, pelo erário, pelo povo??? Num acham que já deu não?
Vinte
medidas cautelares foram aprovadas pela Corte do TCE para a adequação aos
princípios de legalidade, legitimidade e economicidade. Dentre essas medidas,
está a necessidade de a Casa Legislativa fiscalizar a evolução do patrimônio
dos servidores, bem como a possibilidade de nepotismo, se eles têm parentesco
com as pessoas que lhe colocaram nos cargos.
Medidas
Dentre outras medidas, o TCE determinou que a ALRN republique os
Demonstrativos de Despesa com Pessoal dos Relatórios de Gestão Fiscal
referentes ao 3º quadrimestre de 2015 e aos quadrimestres seguintes; exonere
ocupantes de cargos comissionados inexistentes ou cuja remuneração tenha sido
fixada em resolução e com equiparação remuneratória vedada pela Constituição
Federal; de cargos comissionados fracionados para mais de um servidor ou que não
exerçam função de direção, chefia ou assessoramento.
O
Legislativo também deveria concluir as apurações de casos de acúmulo irregular
de cargos e exercício de atividade empresarial ou de administração de empresas
por servidores do Poder Legislativo estadual; cessar definitivamente o
pagamento da Parcela Autônoma de Equivalência (PAE) aos Procuradores
Legislativos e de remunerações acima do teto constitucional, inclusive ao
Presidente da ALRN, bem como o pagamento de adicional de insalubridade a
servidores que não exercem atividades atestadas como insalubres.
Por
fim, o Legislativo também não deveria pagar adicionais de férias e de 13º
salário a qualquer deputado estadual enquanto não existir lei que institua
essas vantagens e passar a exigir de seus servidores e membros declaração de
bens e valores que compõem seu patrimônio privado. Também deveria encaminhar ao
TCE atos de admissão e de aposentadoria que ainda não foram submetidos a
registro pela Corte de Contas; exigir de seus servidores declaração de inexistência
de nepotismo, bem como exonerar aqueles em relação aos quais esteja configurado
nepotismo.
G1-RN
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As 'medidas' foram ignoradas pelo presidente da ALRN e nada será feito. O gestor da Assembleia sabe que nada ocorrerá, afinal essa é a rotina. Basta esperar passar algum ruído que a matéria publicada pelo G1-RN fizer e tudo continuará como dantes na Casa do Polvo...
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