quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

ROBINSON, O BUSCADOR DE ESFORÇOS POSSÍVEIS...

PUBLICADO EM 07-02-2019

Trecho de entrevista do deputado federal Fábio Faria.

AGORA RN: Qual sua expectativa para o governo Fátima Bezerra?
FÁBIO FARIA: O Governo Fátima tem que olhar para frente porque o Estado está numa situação muito difícil e que não foi causada pelo governador Robinson Faria, muito pelo contrário. 
Foi porque nos últimos anos, tanto no Congresso Nacional quanto nos Estados foram votadas medidas abundantes sem se preocupar com o que poderia acontecer. 
Muita gente sabia que um dia isso iria chegar a um colapso e, infelizmente, o colapso chegou já ao RN. 
Então, pelo que eu vi das primeiras medidas, está muito longe de tentar sanear o Estado. Não existe nenhuma ação, que eu vi até agora, a não ser enxugar gelo
Porque buscar esforços, o governo Robinson fez muito bem isso. Conseguiu buscar todos os esforços possíveis. Então acho que a governadora Fátima precisa se debruçar mais. 
Eu estou à disposição porque fiquei acompanhando durante quatro anos esse momento político do Estado. Nós temos uma discrepância muito grande em relação aos outros estados. Nós não temos dívidas. O que nós temos é uma crescente folha de inativos, maior que a dos ativos. 
Então nossa situação previdenciária se esgotou. Temos que nos debruçar sobre este assunto e também ter o cuidado de avaliar com calma e tomar medidas para que a gente consiga viver pelos próximos 20 anos e não apenas paliativos. As medidas paliativas são muito ruins, porque nos dão a sensação “fake” que não é a verdade.

Comento:
Concordo que a situação fiscal adversa não foi criada APENAS por Robinson. Mas, não tenho dúvida que o ex governador deu uma contribuição para se chegar ao que se apresenta hoje. 

E não foi uma participação modesta. Presidiu a ALRN por longo tempo e teve a oportunidade de gerir o governo estadual.

Quando o deputado menciona que "medidas abundantes" foram aprovadas no Congresso (o deputado foi a favor ou contra?) e nos estados (assembleias legislativas) tem razão. E tal afirmação corrobora o argumento que Robinson (também Fábio e boa parte dos políticos do RN) não pode se eximir de parte da responsabilidade pela situação fiscal adversa.

Infelizmente, dentre a "muita gente [que] sabia" que o colapso chegaria ao RN não estava Robinson, nem ninguém próximo dele. Ou, num cenário mais desanimador ainda, perceberam e não fizeram nada.

Fábio considera as medidas do atual governo como tentativas para enxugar gelo. Bem, é provável que o deputado não seja um bom conselheiro, basta olhar a obra do pai governador. Acaso tivesse sugestões viáveis teria repassado para o pai, certo?

Contudo, creio que a observação do deputado pode ser absorvida pelo governo de Fátima como mais um alerta para não ir no trololó que engolfou o governo de Robinson. Não é possível fazer mais do mesmo e esperar um resultado diferente. O resultado será igual: inviabilizar a gestão e perder a reeleição.

Fábio entende que o governador Robinson foi uma espécie de um "buscador de esforços". O que isso quer dizer? Nada de bom. 

Passou 4 anos buscando "todos os esforços possíveis"? Vamos lá: atrasou os salários, deixou um 'pendura' bilionário com fornecedores, aumentou impostou, arregaçou o FUNFIR/IPERN...

Fábio teria dado grande contribuição ao governo do pai se tivesse alertado para a dureza da realidade enfrentada pela maioria dos potiguares. Robinson parecia alheado. Criou um 'mundo' em que era o 'governador da segurança', enquanto o sistema penitenciário pegava fogo e as ruas do estado se tornavam abatedouros de gente... Passou o governo numa redoma, aliás, passa a vida numa redoma.

Diga-se que essa alienação não é exclusividade do ex governador. É um traço marcante da elite política potiguar.

Enquanto a elite política permaneceu na 'sensação fake' que continuaria engabelando eternamente a maioria dos potiguares, eis que foi atropelada pela dura realidade vivenciada pelo povo deste torrão.

Repito: Não é possível fazer mais do mesmo e esperar um resultado diferente. O resultado será igual: inviabilizar a gestão e perder a reeleição.

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