terça-feira, 29 de outubro de 2019

MACROECONOMIA - CONCEITOS BÁSICOS

Universidade Federal do Ceará
Departamento de Economia Agrícola
Prof. Rogério César Pereira de Araújo

Aula - Macroeconomia

Diferentes Conceitos de Produto:

Produto Bruto e Produto Líquido
No intuito de medir se um país está progredindo na direção de satisfazer maior parte das necessidades de sua população, devemos saber o volume de bens e serviços que podem ser produzidos pelas atividades econômicas. A medida agregada do progresso econômico é chamado de Produto Nacional Bruto ou PNB.
Produto Nacional Bruto (PNB) é definido como o valor total de mercado de todos os bens finais e serviços produzidos na economia num ano, sem que se deduza deste total nenhuma parcela a título de depreciação. Todos os bens produzidos num determinado ano pode não ser vendido; parte pode ser somado ao inventário. Entretanto, qualquer aumento de inventário deve ser incluído na determinação do PNB, uma vez que o PNB mede toda a produção corrente independente da venda do produto.
O PNB é calculado pela multiplicação das quantidades pelos preços de mercado. O PNB envolve somente os bens finais e serviços. Todos os bens de consumo e de capital para investimento são considerados finais. Por outro lado, as matérias-primas que são intermediárias são excluídos do cálculo do PNB  uma vez que aparecem como parte do valor do produto final.
No cálculo do PNB, nenhuma parcela foi destinada para a reposição dos bens de capital durante o ano causada por obsolescência e depreciação (gastos). Se um montante de dinheiro suficiente para repor capital é subtraído quando da mensuração do produto nacional bruto, o resultado é o Produto Nacional Líquido (PNL). O PNL é o PNB menos o consumo de capital ou depreciação.

Caixa de texto: PRODUTO LÍQUIDO = PRODUTO BRUTO - DEPRECIAÇÃO
PRODUTO BRUTO = PRODUTO LÍQUIDO + DEPRECIAÇÃO

Para um país sem comércio externo, o PNB é a soma do consumo mais investimento. O termo investimento em economia significa a formação ou criação do capital. O capital é um bem produzido que é usado na produção de um bem final. Por exemplo, um aerador é um produto feito para venda com a finalidade de facilitar a produção de peixe; um trator pode ser usado na produção de ração para peixe. O aerador e  trator são bens de capital, mas a ração para o peixe não é. Quando há aumento na habilidade de produzir mais tratores e aeradores, ocorre investimento. Portanto, investimento significa desviar recursos da produção de bens de consumo para produzir bens de capital para posteriormente aumentar a produção de bens de consumo. Os economistas dizem que novos investimentos consistem em formação de capital.
           
Produto Interno e Produto Nacional
A seguir apresentamos as relações econômicas entre o país e o Exterior (Resto do Mundo) que estão resumidas no fluxograma abaixo.


O Produto Interno corresponde ao valor de bens e serviços finais produzidos dentro das fronteiras geográficas do País. No seu valor estão computadas as exportações e não estão incluídas as importações. Para sua efetivação, foram utilizados fatores de produção pertencentes a residentes no país e a residentes no exterior.
O Produto Nacional corresponde ao valor dos bens e serviços finais produzidos exclusivamente com o uso de fatores de produção de propriedade de residentes no país. Ou seja, o Produto Nacional possui uma parcela que é produzida no país e uma parcela que é produzida no exterior, ambas correspondentes à produção com o uso de fatores de propriedade de residentes.
Caixa de texto: Produto Nacional =  Produto Interno 
- Renda enviada para o Exterior 
+ Receita recebida do Exterior


Desse modo, pode-se definir que:
ou
Caixa de texto: Produto Interno = Produto Nacional 
                 + Renda enviada para o Exterior 
                 - Receita recebida do Exterior

Produto a Custo de Fatores e a Preço de Mercado
A agregação de bens e serviços de natureza heterogênea para se encontrar o valor do Produto só é possível porque se usam os preços como medida do valor da produção. Se os preços utilizados para se mensurar o Produto são os preços correntes praticados no mercado de bens e serviços, ter-se-á o Produto a preços de mercado.
custo de fatores é o preço que cobre os custos de produção dos bens e serviços, inclusive o lucro empresarial. Corresponde ao preço que seria cobrado pelo produtor se não existissem os Impostos Indiretos e os Subsídios.
Os Impostos Indiretos são aqueles que incidem sobre a venda dos bens e serviços, como por exemplo o ICMS, o IPI e o ISS. Subsídios são transferências que o Governo realiza para as empresas com o objetivo de reduzir o preço de mercado dos produtos. Os subsídios funcionam como se fossem impostos indiretos negativos pois, em vez de aumentar o preço dos produtos, os reduzem.
O Produto a Preços de Mercado se diferencia do Produto a Custo de Fatores pela importância correspondente ao valor dos Impostos Indiretos deduzidos os subsídios:

Caixa de texto: Produto a Preços de Mercado = Produto a Custo de Fatores 
+ Impostos Indiretos - Subsídios
Produto a Custos de Fatores = Produto a Preços de Mercado 
- Impostos Indiretos + Subsídios


Renda Nacional à Custo de Fatores é o montante atribuído aos fatores de produção. É o valor usado quando se está interessado em acompanhar as variações no salário da mão-de-obra relativo ao aluguel de propriedades.

Renda Pessoal e Renda Pessoal Disponível
Consumo Pessoal ou Consumo das Famílias corresponde ao total dispendido pela famílias com a aquisição de bens de consumo.
A parte da renda que as famílias recebem é chamada de Renda Pessoal. As famílias não recebem toda a renda gerada pela venda dos fatores de produção. Parte é desviada antes de chegar às famílias. O governo normalmente toma parte da renda na forma de imposto de renda da pessoa física. Renda pessoal inclui a renda familiar recebida de todas as origens, incluindo ordem de pagamentos, antes de pagar o imposto de renda.
A renda com que as famílias contam para poderem consumir bens e serviços é denominada Renda Pessoal Disponível. Portanto, a Renda Disponível é simplesmente a renda pessoal depois do pagamento do imposto direto e contribuições pagos.  É quanto é deixado no bolso das pessoas para que possam gastar ou poupar. Se a renda disponível aumentar, as firmas esperam que o valor das vendas aumente.
A parcela da Renda Pessoal Disponível não utilizada para adquirir bens de consumo é denominada de Poupança. Logo, pode-se afirmar que:

Caixa de texto: RENDA PESSOAL DISPONÍVEL = CONSUMO DAS FAMÍLIAS
(+) POUPANÇA DAS FAMÍLIAS

Produto Real e Produto Nominal
As medidas nominais são feitas em termos de preços prevalecentes no momento em que a medidas são feitas. As quantidades nominais não são muito úteis para a análise econômica porque podem aumentar como resultado do aumento na compra de bens ou serviços pela população - mais carros, carne, peixe - ou simplesmente quando os preços sobem. As medidas nominais são ajustadas para variações no nível de preços visando estimar valores reais. A medida real é o valor expresso no preço de um "ano base" escolhido arbitrariamente.
O Produto Nominal corresponde ao valor do Produto medido em termos da moeda corrente no país. É obtido pelo somatório do valor da produção de todos os bens e serviços finais de uma economia, como expresso abaixo:

Produto Nominal = 
onde i = bens e serviços finais.

Produto Real corresponde ao quantum físico de bens e serviços finais produzidos pela economia. Ou seja, o Produto Real somente varia em função de modificações nas quantidades efetivamente produzidas.
A razão entre o PNB nominal e real é chamado de Deflator Implícito do PNB. O deflator nos diz a razão entre os preços num determinado ano.
nível médio dos preços dos bens e serviços varia frequentemente. As mudanças na oferta e demanda são causadas por variações na oferta e demanda. As mudanças na oferta e demanda são causadas por variações na sociedade, tais como gostos ou condições de produção. A variabilidade da poupança ao longo do tempo ao nível médio de preços cria dificuldades na medida da renda total. A renda nacional é o produto da quantidade de bens e serviços vezes os preços. Portanto, quando a renda nacional aumenta durante um determinado ano pode ser o resultado do aumento do preço ou da quantidade produzida.
Assim, se o Produto Nominal aumentou num determinado período, para sabermos se este crescimento está correlacionado com um aumento das quantidades físicas produzidas, é necessário que se tenha uma informação de qual foi a variação de preços no período. Esta pode ser obtida pela construção de um índice de preços (deflator).
Índice de Preço ao Consumidor (IPC) é uma medida do nível médio dos preços para as mercadorias compradas pelas famílias. O IPC é derivado dos preços correntes ponderados pelas quantidades médias dos bens e serviços comprados no ano base, e dividindo-se esta soma pelo custo destas quantidades no ano base.
Índice de Preço ao Atacado (IPA) é o índice de preço aplicado para os bens no principal mercado atacadista. Os mercados atacadistas referem-se aos bens básicos produzidos nas fábricas, agricultura, pesca, mineração, hidroelétricas e refinarias. Como o IPC, o IPA é medido em termos percentuais relativos a um determinado ano base.

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