Esta tese trata de questões referentes ao papel de determinados serviços no
desenvolvimento econômico. No caso da experiência brasileira, o
desenvolvimento do Terciário no contexto da recente reestruturação econômica
teve participação importante.
Na década de 1990 a economia nacional foi palco de
grandes transformações, nas quais alguns serviços reestruturados e/ou
“modernizados” e mais dinâmicos permitiram maior agilidade econômica. O
reordenamento da economia nacional e as novas formas de inter-relacionamento
setorial vêm exercendo efeitos sobre a localização de muitas atividades
econômicas, abrindo novas janelas de oportunidade.
Temia-se que essas
transformações levassem à “desindustrialização” e uma concentração do PIB e
das ocupações nas macro-regiões e nos estados mais desenvolvidos
(notadamente os que apresentam as maiores estruturas industriais). Mas a análise
dos dados sobre o crescimento do PIB no Brasil nos leva a crer numa forte
interdependência dos serviços com o desempenho da Indústria e da Agricultura.
Não há elementos suficientes para afirmar que tenha havido uma autonomização
apontando um rearranjo no qual o Terciário passe a ditar a dinâmica do
desenvolvimento econômico. A evolução das ocupações mostra um crescimento
maior justamente de serviços distributivos e produtivos, fortemente influenciados
pelas atividades produtivas industriais e agroindustriais. Mesmo que se trate de
uma estratégia de redução de custos frente à elevada tributação da folha de
pagamento, isso não afasta as evidências de que a sinergia de determinados
serviços com outros setores da economia não tenha aumentado
consideravelmente nas duas últimas décadas.
Quanto à concentração regional foi
possível constatar uma redistribuição do PIB (IBGE) e das ocupações
(PNAD/IBGE) em direção das macrorregiões periféricas. O papel dos setores
recentemente reestruturados do Terciário nacional nesse processo é o objeto de
estudo dessa tese.
Esses setores fortaleceram seu poder de influir no
desenvolvimento econômico setorial e regional do Brasil. Mas mesmo esses
setores tendo aumentado sua contribuição ao crescimento do PIB do Brasil, este
aumento foi pequeno perto do aumento das ocupações (PNAD) nos grupos de
apoio a produção a que pertencem (serviços distributivos e serviços produtivos) e
o aumento das ocupações nos setores tradicionais foi muito elevado (serviços
coletivos e serviços pessoais).
Palavras-chave: Setor Serviços (Economia), Brasil, Produto interno bruto,
Ocupações
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