Resumo
O artigo trata da trajetória do historiador David S. Landes, centrada em seu último livro, A riqueza e
a pobreza das nações (1998), comparativamente ao seu primeiro grande livro, Prometeu
desacorrentado (1969), passando pelo seu criativo texto Revolution in time (1983).
Recupera-se a
explicação central do autor para a primazia inglesa, e dos países da Europa setentrional, no arranque
para a industrialização, explicada a partir da superioridade da cultura européia, especialmente na sua
valorização da ética calvinista, do trabalho metódico, perseverante e ordenado, condições estas que,
auxiliadas pela reforma protestante, dispararam o processo intelectual que levaria ao
desenvolvimento científico e tecnológico na Europa.
Em conformidade com estes postulados, os
processos de industrialização vitoriosos nos Estados Unidos e Japão são analisados por referência
àquele paradigma; em contraposição, são historiadas as tentativas frustradas, ou parcialmente
realizadas, em outras regiões: na América Latina, em países muçulmanos, na Índia, no Egito.
Constatam-se as influências decisivas das conjunturas históricas dos anos 60 e 90 nos escritos de
Landes, que, de um autor respeitado por suas posições em relação à exploração do mundo colonial e
sua contribuição para o desenvolvimento econômico europeu, passa à defesa desabrida dos países
hegemônicos, até o limite de justificar abertamente o imperialismo.
O livro, em essência, é um hino
ao império da globalização.
Palavras-chave: Europa – Indústria – História; Globalização; Landes, David S., 1924.
Nenhum comentário:
Postar um comentário