Num sonho, a “The Economist” me procurou para falar sobre minha experiência em escrever um blog de economia. Pelo que entendi, será uma reportagem na edição especial de fim de ano, e eles estão falando com muita gente, pelo mundo todo. Havia três questões centrais.
1) Para que servem os blogs de economia?
Minha opinião é que servem como uma imprensa qualificada. Para o sujeito que quer realmente entender o que se passa, o Jornal Nacional só atrapalha. A revista Exame e a Leitão podem até dar a notícia correta, mas raramente conseguem análise que presta. Tendem a focar no assunto errado, que soa bonito mas não tem relevância quantitativa, e costumam ser irritantemente repetitivos e óbvios. Daí a tem a ACDL, outros blogs, e poucos artigos assinados no jornal, que sempre estão meio atrasados, mas têm algum conteúdo cerebral, ainda que incorreto.
2) Dado que não há um processo de parecerista, não há risco de que o que sai nos blogs esteja errado?
Com frequência sai coisa errada, sem respeito à lógica ou à Teoria Econômica. Dos outros, não de mim. Mas ainda assim, blogueiros erram bem menos do que jornalistas econômicos. Acho que a Economist estava pensando em ver o efeito dos blogs sobre a academia. Mas, em minha opinião, o que é produzido na academia e nos blogs quase não se relaciona.
3) Por que alguém topa escrever um blog?
Fico me perguntando isso com frequência. Caso não saiba, não ganho nem um cruzeiro, e nem a tal assinatura da Veja. Há blogueiros que conseguem se alavancar, vender mais palestras sobre como ser um palestrante campeão. No meu caso, é somente uma questão de ego, e do prazer de falar mal dos outros. Mas toda a vez que o sistema do site da Exame dá pau, o que ocorre com frequência, penso em mandar tudo às favas.
Fabio Kanczuc
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