sábado, 21 de setembro de 2013

Diversidade socioeconômica e pressão antrópica na Caatinga Nordestina

AUTORES:
Yony Sampaio & José Edmilson Mazza

1 INTRODUÇÃO

A região da Caatinga comporta uma diversidade sócio econômica que em parte decorre da diversidade edafo-climática da área, a qual, por sua vez, condicionou a evolução social e econômica desde o princípio da mal denominada colonização branca.

Os achados arqueológicos permitem comprovar que os primitivos habitantes concentravam-se nas áreas mais úmidas : os vales de rios perenes e os brejos de altitude, as serras com fontes perenes o ano todo (Martin, 1997). 

Quando da penetração dita branca, para implantação de currais, no ciclo do gado, os rios serviram de estradas naturais, sendo a avenida principal o curso perene do Rio São Francisco (Magalhães, 1978; Caldas Lins, 1976). A população invasora, uma mistura de portugueses e de caboclos brasileiros, índios e negros, estabeleceu seus currais onde houvesse água, havendo inclusões agrícolas em vales e serras úmidas que permitiram a implantação da cana-de-açúcar, então dominante em todo o litoral nordestino abaixo do Forte dos Reis Magos, isto é, do Rio Grande do Norte até o recôncavo baiano (Sampaio, 1983). 

Esse processo civilizatório deixou marcas profundas, resultantes em adensamento populacional e maior exploração da terra nos vales úmidos e nos brejos de altitude, como já destacado. 

Outras influências marcantes determinaram o surgimento de centros de irradiação e de nucleação comercial, nas primitivas vias de penetração e, posteriormente, ao longo das ferrovias, no final do século XIX, e dos eixos rodoviários, já no século XX. Ao longo de pouco mais de 350 anos de história, a concentração demográfica que ao lado de outras variáveis sócio econômicas marca a diversidade da área e é reconhecida em inúmeros estudos, destaca a singularidade dos brejos de altitude, dos poucos rios perenes, hoje com numerosos perímetros irrigados, de maior ou menor dimensão, e as cidades desenvolvidas como centros comerciais (Sampaio e Pessoa, 1987; Gonçalves de Souza, 1979; Lacerda de Melo, 1978; Guimarães Duque, 1953 e 1964; Correia de Andrade, 1980).

Essa diversidade sócio econômica é analisada com base em algumas poucas variáveis demográficas, de condição de vida e de exploração agro-pecuária. Ao final, apresenta-se o Índice de Pressão Antrópica, no qual são combinadas diversas dessas variáveis.


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