AUTORES:
Yony Sampaio & José Edmilson Mazza
1 INTRODUÇÃO
A região da Caatinga comporta uma diversidade sócio econômica que em
parte decorre da diversidade edafo-climática da área, a qual, por sua vez,
condicionou a evolução social e econômica desde o princípio da mal denominada
colonização branca.
Os achados arqueológicos permitem comprovar que os primitivos habitantes
concentravam-se nas áreas mais úmidas : os vales de rios perenes e os brejos de
altitude, as serras com fontes perenes o ano todo (Martin, 1997).
Quando da penetração
dita branca, para implantação de currais, no ciclo do gado, os rios serviram de
estradas naturais, sendo a avenida principal o curso perene do Rio São
Francisco (Magalhães, 1978; Caldas Lins, 1976). A população invasora, uma
mistura de portugueses e de caboclos brasileiros, índios e negros, estabeleceu
seus currais onde houvesse água, havendo inclusões agrícolas em vales e serras
úmidas que permitiram a implantação da cana-de-açúcar, então dominante em todo
o litoral nordestino abaixo do Forte dos Reis Magos, isto é, do Rio Grande do
Norte até o recôncavo baiano (Sampaio, 1983).
Esse processo civilizatório
deixou marcas profundas, resultantes em adensamento populacional e maior
exploração da terra nos vales úmidos e nos brejos de altitude, como já
destacado.
Outras influências marcantes determinaram o surgimento de centros de
irradiação e de nucleação comercial, nas primitivas vias de penetração e,
posteriormente, ao longo das ferrovias, no final do século XIX, e dos eixos
rodoviários, já no século XX. Ao longo de pouco mais de 350 anos de história, a
concentração demográfica que ao lado de outras variáveis sócio econômicas marca
a diversidade da área e é reconhecida em inúmeros estudos, destaca a
singularidade dos brejos de altitude, dos poucos rios perenes, hoje com
numerosos perímetros irrigados, de maior ou menor dimensão, e as cidades
desenvolvidas como centros comerciais (Sampaio e Pessoa, 1987; Gonçalves de
Souza, 1979; Lacerda de Melo, 1978; Guimarães Duque, 1953 e 1964; Correia de
Andrade, 1980).
Essa diversidade sócio econômica é analisada com base em algumas poucas variáveis
demográficas, de condição de vida e de exploração agro-pecuária. Ao final, apresenta-se
o Índice de Pressão Antrópica, no qual são combinadas diversas dessas variáveis.
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